O companheiro Rui Causa Operária é presidente do Partido da Causa Operária e editor do jorna Causa Operária, do Diário Causa Operária e da Causa Operária TV.
Família
Rui Costa Pimenta nasceu em 25 de junho de 1957, na cidade de S. Paulo, Estado de São Paulo. Três dos seus avós eram emigrantes italianos e portugueses, que chegaram à cidade de São Paulo no início do século, das famílias Catelli, Cafali, Pazzianoto e Cunha.
A exceção é a família do avô paterno, João Jorge da Costa Pimenta, que veio da cidade de Campos dos Goytacazes no Estado do Rio de Janeiro.
Registra a história do movimento abolicionista no Rio de Janeiro, onde a cidade de Campos foi o núcleo fundamental desta grande luta popular, que os abolicionistas após a morte de Dona Ana Pimenta, uma ex-escrava que havia se casado com o dono da fazenda, assassinada pelas próprias escravas, haviam comprado os instrumentos de tortura da propriedade e criaram na cidade de Campos dos Goitacazes o Museu do Abolicionismo.
João Jorge Costa Pimenta, um dos descendentes dessa família, vai liquidar a propriedade, pagar as dívidas e mudar-se com sua mãe para a cidade do Rio de Janeiro onde vai se tornar operário gráfico, sendo linotipista de profissão.
Como sindicalista gráfico vai ter uma imensa participação na formação do movimento operário brasileiro. Como um dos mais expressivos dirigentes anarcossindicalistas vai presidir o III Congresso Operário Brasileiro de 1920 e o Comitê que dirige a grande greve geral de 1917, que conquista pela primeira vez a redução da jornada de trabalho no Brasil.
Após participar com outros anarquistas da tentativa de insurreição no Rio de Janeiro em 1918, muda-se para São Paulo onde vai fundar, juntamente com outros companheiros, o Sindicato dos Gráficos, que será a principal organização operária do Estado na década de 20, do qual será presidente e principal dirigente da histórica greve dos gráficos de 1923 que instituiu o dia 7 de fevereiro como Dia do Gráfico.
Em 1919 organizou com Astrogildo Pereira, Edgard Leuenroth, Afonso Schmidt e outros o jornal diário operário A Vanguarda. Deste jornal sairão dos dirigentes anarquistas que fundarão em março de 1922 o Partido Comunista do Brasil, PCB, em cujo congresso de fundação será um dos nove delegados. Em 1927, será lançado como primeiro candidato comunista da história do país ao Congresso Nacional pelo Bloco Operário, organizado pelo PCB.
Em 1929, rompe com o PCB, por não concordar com a política stalinista daquele partido. Em 1931, participa da fundação de mais uma organização revolucionária, a Liga Comunista do Brasil, seção da Oposição de Esquerda Internacional, dirigida por Leon Trótski, juntamente com Mario Pedrosa, , Lívio Xavier, Aristides Lobo, João Matheus, Plínio Gomes de Mello e o poeta surrealista francês Benjamin Péret e outros. Esta organização transformar-se-á, depois, em seção brasileira da IV Internacional.
É preso pela ditadura de Vargas após a insurreição organizada pelo PCB em 1935 no Presídio Maria Zelina. Os integrantes da Liga, ao final da ditadura Vargas, vão participar da fundação do Partido Socialista Brasileiro.
Sua avó paterna, Amália Pazzianoto, Pimenta foi operária têxtil na juventude. Seu pai. Floreal Costa Pimenta, jornalista dos Diários Associados, foi morreu assassinado, quando seu filho era recém nascido em 1957.
Seu avô materno, Alfredo Catellifoi jogador de futebol e dono de padaria, filho de italianos, foi casado com Otília Cunha Catelli, filha de imigrantes portugueses, e padeiro. Sua mãe, Ivone Catelli Pimenta, advogada foi juíza federal do Trabalho.
Estudo e atividade profissional
O presidente do Partido da Causa Operária é formado em jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social, Cásper Líbero, em São Paulo e deixou incompleto, em função da militância política o curso de Letras (latim, grego e português) da USP.
Por dois anos viveu no estrangeiro, na Inglaterra, onde cursou parte do curso secundário, em uma escola experimental chamada Brockwood Park, ligada à Fundação Krishnamurti.
Foi professor de inglês e, versado em várias línguas estrangeiras, atuou em muitas oportunidades como tradutor de inglês, francês, espanhol e italiano.É concursado como tradutor juramentado e trabalha como jornalista em algumas áreas técnicas. A partir de 1984, começou a trabalhar como jornalista sindical e, nesta qualidade, foi assessor de imprensa da Central Única dos Trabalhadores e vários sindicatos.
É atualmente o editor e jornalista responsável pelo jornal Causa Operária e outras publicações ligada ao Partido da Causa Operária.
Militância política
O companheiro Rui Costa Pimenta iniciou a sua atividade política ainda sob o regime militar, a partir de 1976. Ao ingressar na universidade começou a militar ativamente no movimento estudantil, tendo participado do Congresso de Refundação da UNE, em Salvador, em 1980 e sendo diretor do Centro Acadêmico de Estudos Literários e Linguísticas (CAELL) da Faculdade de Letras da USP.
Em 1980 participou do Congresso de Fundação da Organização IV Internacional, que daria origem à Tendência Causa Operária do Partido dos Trabalhadores, baseada no nome do jornal da organização.
A partir do final de 1979 participa do processo de fundação do Partido dos Trabalhadores, tendo contribuído para construir o PT em São Paulo e no ABC.
Na década de 80, participa das grandes lutas sindicais da época do governo Sarney. Em 1985, ano de maior crescimento do movimento grevista, é eleito diretor da Central Única dos Trabalhadores na região da Grande São Paulo.
No Interior da CUT impulsiona com outros militantes operários a construção da maior oposição classista que existiu dentro da CUT, chamada CUT Pela Base. Como assessor de imprensa e militante na CUT participa da formação e organização de dezenas de oposições sindicais nos mais diversos sindicatos em São Paulo e outros estados do país.
Em 1989, a Tendência Causa Operária opõe-se à política da direção do Partido dos Trabalhadores de lançar como vice de Lula para a eleição presidencial, o latifundiário gaúcho e então senador pelo PMDB, eleito no estelionato eleitoral do Plano Cruzado, José Paulo Bisol, lançando uma campanha por uma chapa independente do PT.
Esta campanha resulta na intervenção da direção petista nos diretórios dirigidos pela Tendência Causa Operária e na destituição das suas direções eleitas pela base. Ao final da eleição, a direção do PT iniciou o processo de expulsão da tendência Causa Operária, a qual foi colocada na ilegalidade dentro do partido como tendência política.
Nas eleições estaduais de 1990 todos os candidatos indicados por ele foram cassados por orientação da direção partidária e a convenção eleitoral do Distrito Federal foi anulada, tendo sido o candidato ao governo, indicado pela Tendência Causa Operária, naquele momento, a maior do PT de Brasília, também cassado.
Nestas condições, a Tendência Causa Operária passou a ser impedida de atuar dentro do PT, de participar de reuniões, de eleger pessoas para as instância dirigentes etc.
Sendo o PT o partido que englobava naquele momento a quase totalidade da esquerda, os integrantes do futuro PCO viram-se colocados em um completo isolamento em todas as organizações operárias como os sindicatos, associações de moradores, entidades estudantis etc.
Em 1992, os militantes da Tendência Causa Operária declararam publicamente a sua ruptura com o PT assinalando que os ataques da prefeita Luiza Erundina, com o apoio da direção do PT, contra o movimento dos condutores, indicava que o PT, ao assumir uma parcela do poder do Estado da burguesia, transformava-se em um instrumento de luta contra as necessidades dos trabalhadores em favor da burguesia.
Este momento foi também um dos priores momentos para os próprios trabalhadores em seu conjunto, que tiveram suas lutas derrotas e suas direções cooptadas pelo governo Collor primeiro e FHC depois. O desemprego mantinha os trabalhadores completamente na defensiva.
Em 1995, após um trabalho preparatório de três anos, enfrentando as dificuldades da situação, foi lançado o Partido da Causa Operária, que obteve um registro provisório como partido legal. Em 1996, após uma campanha nacional de filiações, o partido obteve registro defintivo.
O companheiro Rui Costa Pimenta, juntamente com outros companheiros mais antigos, esteve à cabeça deste difícil processo de organização de um partido socialista e revolucionário no Brasil.
Para tornar o partido conhecido e divulgar o seu programa o mais amplamente possível, o partido decidiu participar das eleições de 1996 com alguns candidatos. Nas últimas eleições, o companheiro Rui Costa Pimenta foi candidato a vereador, a deputado federal e a prefeito de São Paulo pelo PCO, trabalhando para superar as debilidades financeiras e o pouco tempo na televisão.
Idéias políticas
As idéias políticas do presidente do PCO são as do próprio partido. O companheiro iniciou a sua militância e permaneceu até hoje como marxista. Para o companheiro Rui Costa Pimenta, as idéias de Leon Trotski, são a forma mais atual de marxismo, uma doutrina que tem uma continuidade sem quebra desde quando Karl Marx escreveu o Manifesto Comunista em 1848 até a luta da IV Internacional fundada por Leon Trotski, passando pela II Internacional e por Lênin e a III Internacional.
Para o companheiro e o PCO, a solução efetiva para os problemas que o Brasil e o mundo enfrentam hoje só podem ser encontradas na superação do capitalismo pelo socialismo e através da substituição da propriedade privada dos meios de produção e a exploração do homem pela propriedade coletiva.
Atividade intelectual
O companheiro Rui Costa Pimenta escreveu, ao longo de aproximadamente 40 anos de vida militante, milhares de artigos em jornais e revistas de esquerda sobre os mais diversos temas: marxismo, política, história, literatura, sobre a questão do negro, da mulher etc.
Além disso, escreveu vários livros e folhetos sobre temas diversos: O que é o trotskismo, as posições do PCO e as do PSTU; O “novo” socialismo burguês do PT – as correntes petistas diante do socialismo; André Breton e o surrealismo – a independência da arte para a revolução, a arevolução para a libertação definitiva da arte; Sobre o partido revolucionário; A Revolução Russa de 1917; Revolução na Alemanha; Autópsia de uma campanha de calúnias; O PT e a frente popular etc.