Não há soberania nacional sem a derrota do imperialismo

patrice_lumumba 

No dia 17 de janeiro completaram-se 53 anos do assassinato do líder nacionalista congolês Patrice Lumumba.

Mas, diferente dos outros aniversários de sua morte, agora é comprovado que partiu do próprio presidente norte-americano Eisenhower a ordem para mata-lo.

O fato veio a público com a divulgação do novo volume da história da diplomacia norte-americana, publicada pelo Departamento de Estado e para isso enviou ao país o agente da CIA Frank Carlucci.

Deposto apenas três meses após sua eleição, Lumumba foi levado por mercenários belgas e congoleses, torturado brutalmente por duas semanas e depois finalmente amarrado a uma árvore e fuzilado. Seu corpo foi então retalhado e mergulhado em ácido sulfúrico, para logo depois ser espalhado em seus diversos pedações por diferentes lugares.

A operação foi toda organizada pelos Estados Unidos, com a cooperação do Reino Unido e da Bélgica, que colonizou o país.

Eles começaram a financiar congoleses para o processo de derrubada do governo recém-eleito.

Lumumba chegou a pedir a intervenção da ONU, mas essa, evidentemente, somou-se à conspiração golpista.

Na última década, vimos ressurgir o fenômeno do nacionalismo burguês, em especial na América Latina. Ele atingiu seu auge nas décadas de 1940 e 1950, não só no continente, mas de certo modo todos os países atrasados do mundo, como Índia, Irã, Indonésia, entre outros.

O nacionalismo burguês que surge nesses países é essencialmente uma expressão da necessidade de se libertar da opressão imperialista e possibilitar o desenvolvimento capitalista represado.

No entanto, os governos nacionalistas, devido ao seu caráter burguês, não têm condições de romper de fato com o imperialismo e, portanto, não conseguem levar a cabo a tarefa de libertar o país.

A encruzilhada está em que para derrotar a dominação imperialista, é indispensável a mobilização e o armamento dos trabalhadores, o que conflita (e assusta) totalmente com os interesses, burgueses, desses governos. Hoje há uma enorme campanha na imprensa contra todos os governos desse tipo. O chavismo na Venezuela, Rafael Correa, no Equador, Evo Morales, na Bolívia, Cristina Kirchner na Argentina e os próprios governos petistas no Brasil.

Não é incomum chamarem a esses governantes de ditadores e usar uma suposta falta de democracia, bem como a corrupção, para tentar derrubar esses governos, manobra bem sucedida no Paraguai e em Honduras.

Essa campanha é orquestrada diretamente pelo Departamento de Estado norte-americano para repercutir na imprensa capitalista, subserviente aos seus interesses, de cada um desses países.

Como no caso de Lumumba e dos inúmeros golpes militares que tiveram lugar na América Latina, a intenção de tirar esses governos do caminho não ficará apenas no discurso. A tendência diante do ressurgimento e fortalecimento desses governos é a derrubada violenta dos mesmos por meio de golpes de estado. Diante desses golpes, o nacionalismo burguês se revelou em todas as situações, completamente impotente. Por isso, os trabalhadores devem se organizar para derrotar por meio de suas próprias forças o avanço do imperialismo sobre o país, que se dá por meio de todo uma ala da burguesia que é completamente submissa a seus interesses.

 

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