Nota da Direção Nacional do PCO: Com palestinos em Gaza contra o Estado Sionista

10487332_715141378558937_565025217466736818_nO PCO (Partido da Causa Operária) condena o brutal ataque dos sionistas israelenses contra o povo palestino na Faixa de Gaza e apoia a luta revolucionária da população

Na tentativa de encobrir os fatos, a imprensa burguesa tem tentado ocultar que os bombardeios realizados pelos sionistas têm atingido de maneira indiscriminada a população palestina, prédios, casas, escolas e hospitais. O genocídio, a matança indiscriminada, busca inviabilizar a sociedade em Gaza por meio da destruição de toda a infraestrutura. Os sionistas destruíram mais de 130 escolas, a única usina geradora de energia elétrica, os mais importantes hospitais e inclusive fábricas de alimentos. A direita sionista tem declarado abertamente que o objetivo é matar todos os apoiadores do Hamas, ou seja a esmagadora maioria da população palestina da Faixa de Gaza. Essa política genocida é exatamente a mesma que foi aplicada nos territórios ocupados na Segunda Guerra Mundial pela Alemanha nazista.

A máquina de propaganda imperialista tem feito um enorme esforço para camuflar a política fascista com o objetivo de conter a crise que a operação israelense começou a deflagrar em vários países do mundo, em particular entre os povos árabes.

A escalada da agressividade do imperialismo

O imperialismo tem intensificado a agressividade da sua política, como pode ser visto na Venezuela, Ucrânia, Egito, Síria, Tailândia e, no geral, em escala mundial. O crescimento da extrema direita é um fenômeno marcante nos países imperialistas. Há uma clara tendência ao fortalecimento do fascismo nos países desenvolvidos, como fica evidente no crescimento do militarismo japonês e alemão, e no triunfo da extrema direita nas eleições europeias e municipais na Inglaterra e na França. Este recrudescimento é um resultado direto da crise capitalista. É preciso fazer com que os povos paguem pelo naufrágio da política neoliberal e da economia baseada na especulação financeira e na miséria dos povos. Este objetivo, no entanto, somente pode ser alcançado por meio da violência crescente, uma vez que o pacto da época neoliberal se desfez pela pressão revolucionária das massas no mundo inteiro.

A ofensiva israelense na Faixa de Gaza corrobora e acentua essa caracterização. O massacre contra os palestinos faz parte do panorama geral de recrudescimento e de combate, de maneira extremamente dura e brutal, dos opositores aos planos imperialistas no Oriente Médio, região particularmente estratégica devido à questão do petróleo.

O PCO considera que essa escalada reacionária não representa o fortalecimento do imperialismo. Ao contrário, trata-se de uma amostra clara do enfraquecimento. A crise capitalista mundial de 2008 não foi superada e por tanto, se coloca a necessidade desesperada de atacar com maior violência as massas trabalhadoras, principalmente dos países oprimidos, na tentativa de colocar em pé uma nova onda neoliberal, apesar do colapso total, devido à falta de alternativas.

A ofensiva israelense resulta também de uma momentânea alteração de forças na região. A Síria era um dos pontos de apoio da resistência palestina, mas o governo de al-Assad ficou numa posição muito difícil em função da crise mundial e da intervenção do imperialismo. A monarquia ultra-reacionária da Arábia Saudita e o imperialismo tentam reacender a guerra no Líbano onde existe um dos grupos guerrilheiros mais fortes que atuam na região, o Hizbollah, que está ajudando a resistência armada em Gaza. O objetivo é encurrala-lo.

O golpe de estado pinochetista no Egito derrubou o “Hamas egípcio”, a Irmandade Muçulmana, liderada pelo presidente deposto Mohammed Morsi. Foi um típico golpe militar que o imperialismo procurou apresentar como uma revolução, mas que, na realidade, levou à recomposição do principal aliado do imperialismo na região e à formação do principal bloco reacionário na região, junto com os sionistas israelenses a os obscurantistas sauditas. A forte repressão no país levou a que o governo Egípcio tenha se tornado um dos principais pontos de apoio da ofensiva sionista.

Qual deve ser a posição dos revolucionários diante do genocídio palestino?

A direita mundial apoia os sionistas israelense com a desculpa da suposta autodefesa contra os “terroristas palestinos”. O tamanho do massacre revela que não há autodefesa alguma, mas um genocídio em larga escala contra a população palestina. A extrema direita que aplicar o sonho do Grande Israel varrendo do mapa os palestinos. Os opressores não podem se colocar no papel de vítima dos que oprimem.

A posição da esquerda burguesa e pequeno-burguesa é o tradicional humanitarismo burguês que mal disfarça a sua capitulação diante da selvageria imperialista e sionista: “Israel tem direito à auto-defesa”; “é um massacre, um exagero”, “o Hamas é uma organização terrorista e provocou esta situação”.

O PCO considera que a única política capaz de acabar com o genocídio é apoiar irrestritamente a resistência palestina, inclusive o direito de enfrentar, com armas na mão, os sionistas. Qualquer apoio que não se expresse no apoio ao Hamas em sua luta concreta, que é quem está encabeçando a resistência contra o massacre, é inócuo e contribui com a violência sionista. A posição dos revolucionários, e até dos democratas, deve ser que o Hamas precisa ser apoiado incondicionalmente contra o estado genocida de Israel, sem condições.

Setores da esquerda dizem que apoiam os palestinos, mas não podem apoiar o Hamas. É um apoio puramente formal. Na realidade, o que está acontecendo na Faixa de Gaza, é uma luta de vida ou morte. A causa dos palestinos somente pode ser defendida apoiando a luta armada dos palestinos que neste momento, é dirigida pelo Hamas. Da mesma maneira, se o Al-Fatah está se armando novamente em Gaza, também deve ser apoiado incondicionalmente, da maneira mais completa e mais profunda possível. Todas as outras posições favorecem a ofensiva israelense contra a Palestina.

A posição da esquerda nacional, PT, PSOL, PSTU e outros, é quase homogênea no sentido de condenar o massacre, sem adotar uma defesa da revolução palestina contra o Estado sionista. O governo do PT chamou o embaixador brasileiro em Israel, o que mostra que representa um governo de esquerda muito moderado, apesar de ter sido um dos pouquíssimos governos que tomou essa medida. A ala radical da mesma política propõe romper relações com Israel. Embora tais posições sejam corretas, estão muito longe de representar uma posição revolucionária, e pouco se diferencia das políticas de vários países imperialistas. A política internacional dos revolucionários deve se concentrar em dar apoio à resistência contra os sionistas israelenses. O único poder que pode derrotar Israel é a revolução palestina, árabe e mundial.

O PCO considera que no Brasil, a tarefa colocada para os revolucionários é  mostrar à classe trabalhadora que os palestinos estão lutando contra o inimigo principal, o imperialismo. É preciso dar uma resposta ativa e revolucionária para derrotar a ofensiva israelense. A maior contribuição que a classe operária pode dar é lutar contra o imperialismo no Brasil.

O PCO considera o Estado de Israel como um enclave imperialista no Oriente Médio, uma arma apontada para a cabeça de todos os povos árabes. Por meio do estabelecimento de uma sociedade judaica e religiosa na Palestina, o imperialismo criou um instrumento de guerra permanente contra os países árabes em seu conjunto. Quando o PCO considera que Israel é um enclave do imperialismo não estamos levantando uma palavra vazia, mas o conteúdo social. Uma política de um conjunto de monopólios econômicos, bancos, industrias armamentistas. Israel é uma base de operações militares a serviço dos monopólios, em primeiro lugar o petróleo.

O PCO defende a destruição do estado de Israel, estado religioso e ditatorial a serviço do imperialismo. Essa palavra de ordem precisa ser defendida por todos os revolucionários e democratas. A direita deturpa essa posição dando a entender que o objetivo seria massacrar a população israelense. De fato, se trata de destruir o estado sionista, por meio de uma revolução, para dar lugar ao estabelecimento de um estado democrático, multinacional, com tolerância religiosa, laico, onde possam participar em pé de igualdade todas as nacionalidades. Nós acusamos a política bárbara de Israel de ter como efeito secundário, mas importante, alimentar o antissemitismo e colocar em risco aqueles que são implicados ou envolvidos por ela sem ter qualquer interesse real nessa política.

O apoio ao direto da autodeterminação dos povos é a posição tradicional  da classe operária socialista internacional. Leon Trotski disse que na luta entre um país atrasado e o imperialismo o que importa são as classes sociais e não a ideologia que expressa de uma forma ou de outra os interesses dessas classes sociais. O imperialismo “democrático”, representante dos grandes monopólios e bancos, representa a opressão máxima de todos os povos do mundo, inclusive do nosso país.

O imperialismo é a força mais reacionária que existe no mundo. Se apoia nos setores mais reacionários da burguesia mundial. Por exemplo, a ditadura militar no Egito não representou absolutamente nenhum avanço em relação à Irmandade Muçulmana. A vitória do Hamas só pode ser uma vitória revolucionária que levaria inevitavelmente o povo a ultrapassar as limitações. A vitória da direita religiosa israelense levaria a um enorme retrocesso. Por esse motivo, os revolucionário nunca devem se colocar do lado do imperialismo.

As tropas israelenses se retiraram da Faixa de Gaza depois de dois mil mortos, dezenas de milhares de feridos e desabrigados que são agora obrigados a enfrentar uma enorme destruição social e econômica. Isso se deu pela crescente revolta nos países árabes e no mundo em geral que obrigou o imperialismo a pressionar o sionismo para fazer uma pausa. Denunciamos, no entanto, que a política do Estado sionista de genocídio e extermínio da população palestina se mantém e que é preciso manter a mobilização internacional contra esta política criminosa.

São Paulo, 5 de agosto de 2014

Direção Nacional do Partido da Causa Operária

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