Julian Assange e a diplomacia secreta

O caso Wikileaks surpreendeu a muitos. Considera-se, por uma espécie de senso comum que cumpre um papel retógrado na política, que seria um ato que viola os direitos do governo norte-americano. Trata-se de um engano, mais um nesta história cheia de enganos e confusões estimuladas propositalmente pela imprensa e pelos políticos imperialistas.
O ataque ao Wikileaks e suas revelações é a defesa da diplomacia secreta, uma tradicional arma do imperialismo contra os povos do mundo, em particular contra o povo do seu próprio país.
O governo democrático, um conceito cujo sentido foi perdido, é aquele controlado pelo povo, pelos cidadãos. A democracia secreta, por sua vez, é o governo realizado pelas costas do povo. O governo articula guerras e tratados que, se revelados, deixariam claro o verdadeiro sentido da guerra. O povo é mantido no escuro, mas é arrastado para a carnificina sem ter o conhecido de quais são os verdadeiros objetivos daquela guerra. Se soubessem de antemão, não iriam, simplesmente.
O povo norte-americano tem sido sistematicamente arrastado, contra a sua vontade para diferentes aventuras militares do imperialismo norte-americano a partir da década de 1930. Roosevelt foi eleito com uma plataforma contrária à participação dos EUA na guerra. O episódio de Pearl Harbour, em grande medida uma armação do próprio governo dos EUA, serviu como pretexto para suberter a decisão popular. A escala do imperialismo norte-americano no Vietnã foi impingida aos norte-americanos com uma notória fraude, o incidente com barcos norte-americanos no Golfo de Ton-Kin.
As recentes guerras do Iraque e do Afeganistão são fraudes ainda mais escandalosas onde, em nome de proteger o cidadão do terror, foram atrás de uma posição econômica e política, sem falar do petróleo, no Oriente Médio.
A diplomacia secreta não é o governo do povo, pelo povo e para o povo, como gostam os liberais burgueses de descrever a democracia capitalista, mas o governo de uma minoria, às costas do povo e contra o povo. O sangue derramado será sempre do povo, os espólios, das grandes companhias que dividem entre si o mundo, cada vez menor.
Quaisquer que sejam os interesses e articulações por detrás da revelações do Wikileaks e de Julian Assange – e as há, com certeza, porque empreendimentos desta envergadura e consequência, nunca são obra de cidadãos isolados com boa intenção -, o fato é que está sendo prestado um enorme serviço à luta tanto contra o imperialismo em geral, como para desmascarar a farsa que é a democracia imperialista.
Os povos do mundo devem exigir, como o fez Lênin diante da I Guerra Mundial – reivindicação depois executada pelo governo bolchevique, que sejam publicados todos os tratados secretos e ações secretas e submetidas ao escrutínio popular. Naquele momento, Lênin denunciou que, como hoje, os prextestos sagrados e morais para a guerra, ou seja, impedir a ditadura deste ou a agressividade daqueles, escondiam uma política de verdadeiros assaltantes à mão armada à procura de matérias-primas e mercados para os seus capitalistas em concorrência com os capitalistas da nação inimiga.
A conduta de Julian Assange e do Wikileaks deve ser defendida como uma ação democrática contra o imperialismo e ampliada em escala nacional com a denúncia dos tratados e ações secretas da diplomacia e dos países imperialistas e seus lacaios como Lula que está tirando as castanhas do fogo no Haiti no lugar do imperialismo norte-americano.
Todos estes acontecimentos, em particular a perseguição brutal a Assange, estão colocando às claras para todo o mundo, a completa falência e apodrecimento das democracias imperialistas. Os direitos dos cidadãos e dos povos, está cada vez mais claro, passa à mãos dos trabalhadores do mundo e somente poderá subsistir no socialismo, com o fim da propridade privada e do Estado dominado pelos capitalistas.

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