LEGALIZAÇÃO DE TODOS OS PARTIDOS: NENHUM PRIVILÉGIO ELEITORAL

Rui Costa Pimenta

Desde que a burguesia existe seu maior sonho político é o de ter um regime “democrático”, com eleições, representantes e toda a parafernália, mas onde o povo esteja excluído.

Sua grande visão política se materializa assim: dois grandes partidos, ambos burgueses, ambos integrados ao mesmo sistema e defendendo no fundamental os mesmos interesses. Uma minoria da população vota. É o melhor de todos os mundos.

May_18_capitalomismo-Virginia_Garcia

A rejeição ao bipartidarismo da burguesia é generalizada

A Inglaterra, pátria da democracia liberal, fez a sua revolução burguesa em 1648, sob a liderança do extraordinário Oliver Cromwell. Nela o terrorismo e a ditadura serviram para aniquilar o poder da monarquia e da grande nobreza. Passado o furacão revolucionário, em um estilo muito britânico, fizeram uma segunda revolução, sem o terrorismo e a ditadura que, por ser tão inodora e insípida, foi denominada “A Revolução Gloriosa”, onde se estabeleceu o domínio estável e regular da burguesia.

A classe operária e as mulheres foram, logicamente, excluídas desta gloriosa solução, onde até a monarquia, com poderes diminuídos, foi preservada.

Foram criados dois grandes partidos, o conservador (tories) e os liberais. A classe operária era estimulada a apoiar os liberais, embora não votasse.

No século XIX, a classe operária lançou-se na luta pelos seus direitos políticos, na luta pela Carta.

Dessa luta nasceria o Partido Trabalhista (Labour) que, posteriormente, seria completamente integrado ao regime substituindo o Partido Liberal. Hoje este sistema está em completa decomposição, com os dois partidos fundamentais, mas principalmente o partido conservador, caindo em frangalhos.

Este, no entanto, é o sonho de toda a burguesia, a qual gostaria de reduzir os partidos brasileiros a três ou quatro cárceres políticos onde os interessados na atividade política teriam que estar independentemente da sua inclinação política.

Esta sanha antidemocrática e antipopular se expressa na luta que se trava por um imprensa burguesa interessada em eliminar toda participação popular da “democracia”, contra o direito de organização partidária.

A legalização de um partido hoje no Brasil tornou-se impossível. Esta lei “imparcial” atinge sobretudo a esquerda e o movimento operário. No Brasil há dezenas, senão centenas de organizações de esquerda, muitas delas ligadas à classe operária, que são impedidas de se legalizar por uma legislação ditatorial.

Foi por este motivo, inclusive, para combater esta ditadura, que o PCO ofereceu a sua legenda, sem qualquer compromisso, a qualquer organização da esquerda que quisesse lançar candidatos e estivesse impedida por esta lei antioperária e antidemocrática.

Esta proibição de fato retira das eleições qualquer caráter democrático porque impede que o principal direito eleitoral seja exercido, ou seja, que cada cidadão possa ser candidato, inclusive sem partido.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logotipo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Google

Você está comentando utilizando sua conta Google. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s