Análise, Política e Cultura

Paulo Henrique Amorim condenado à prisão

Ali Kamel teria se ofendido com criticas de Amorim a seu livro contra cotas para negros nas universidades

O jornalista Paulo Henrique Amorim, do site Conversa Afiada, foi condenado à prisão na última sexta-feira (29). A alegação absurda contra ele é de injúria e difamação por ter denunciado o diretor da Rede Globo, Ali Kamel, como racista.

A condenação partiu do desembargador Edison Brandão da quarta Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. A condenação ainda pode ser recorrida pela defesa.

Em postagens em seu site, Amorim critica Kamel por engrossar as fileiras racistas dos que bloqueiam a integração e ascensão do negro, citando o livro de Kamel “Não somos racistas – Uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor”. Nesse livro, bem típico da direita coxinha e racista, Kamel tenta sustentar a tese de que não há necessidade de existirem cotas nas universidades e que o racismo seria um resultado das cotas.

Não é a primeira vez em que o jornalista é processado e condenado pela justiça. No final do ano passado, Amorim teve que recorrer da decisão do tribunal e aceitar restrições de seus direitos para não ser preso por, simplesmente, chamar Heraldo Pereira, jornalista da Rede Globo, de “negro de alma branca. A crítica de Amorim, correta em todos os sentidos, é de que Heraldo Pereira, apesar de negro, tem a função de encobrir o racismo na Rede Globo. Amorim foi condenado por racismo justamente por defender denunciar o racismo da Rede Globo.

No último período, Amorim tem sido duramente atacado e perseguido por estar dando destaque a importantes denúncias, como as tentativas golpistas no País, a privataria tucana e principalmente atacar todo o monopólio da imprensa capitalista, em especial as organizações Globo.

As duas condenações contra Paulo Henrique Amorim mostram para o que serve a política de censura e controle ideológico defendido pela esquerda pequeno-burguesa, que pede leis repressivas com a desculpa de favorecer os negros, as mulheres e os homossexuais. No final, quem vai sofrer com tais leis não serão os direitistas – racistas e preconceituosos por natureza – mas justamente os elementos de esquerda e progressistas que defendem os direitos da população.