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Quem paga, manda

As prestações parciais das contas dos candidatos neste pleito eleitoral revelou que menos de vinte grupos empresariais bancam metade das doações de campanha declaradas. Em sua maioria são empresas ligadas à construção, setor alimentício, mineradoras e bancos que doaram principalmente para as três principais candidaturas da burguesia para a presidência da república, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (Rede/PSB) e Aécio Neves (PSDB).

As grandes empresas, que se mantêm com repasse de verba pública, escolhem a dedo os candidatos que irão atender seus interesses e determinam pelo poder financeiro que possuem quais podem de fato concorrer. Os demais candidatos, com a ajuda da imprensa burguesa e da legislação eleitoral, são jogados para fora da disputa, aparecendo apenas como acessórios no processo.

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O grande capital estrangeiro e nacional controla as eleições

Apenas 19 grupos privados, respondem por R$ 522 milhões em doações de campanha, de um total de R$ 1,04 bilhões. Em primeiro lugar está o grupo JBS, dono de diversos frigoríficos como Friboi, Swift e Seara entre outras empresas. Sozinho, o grupo doou 11% do total arrecadado, o que dá R$ 113 milhões. A maior empresa de frigoríficos do país, que também atua em outros setores, conseguiu chegar a esta posição apenas através de montantes de dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que passam de R$ 10 bi.

Depois da JBS, está a construtora OAS, com a doação de R$ 66 milhões, uma das maiores beneficiárias em licitações de obras públicas e a empresa privatizada Vale, que praticamente possui o monopólio da extração de minério de ferro no país. Em quarto lugar está a Ambev, um dos maiores monopólios de bebidas do mundo com doações de R$ 41,5 milhões. Os bancos, grandes beneficiados pela recente política do governo de manter a taxa básica de juros (Selic) alta, também estão entre os maiores doadores. O Bradesco foi o que mais doou no setor, com R$ 30 milhões.

Este modelo de financiamento torna as eleições um balcão de negócios, em que as empresas repassam grandes quantias para garantir que seus interesses serão atendidos pelos parlamentares e representantes do executivo eleitos. Assim, também atuam para boicotar as candidaturas que não apoiam, retirando qualquer possibilidade de aparecerem no curto tempo de campanha.

Nesta eleição, outro fator que aparece mais claramente através das doações é a falência do PSDB como principal representante da burguesia e, sobretudo da política neoliberal, desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso para a presidência. Com a alta impopularidade da candidatura de Aécio Neves, não conseguindo manter-se como o principal opositor de Dilma Rousseff, a burguesia diminuiu o repasse para a sua campanha, substituindo-o por Marina Silva, que possui programa político bem parecido do tucano.

A realização de uma eleição minimamente democrática, não pode manter o atual sistema de financiamento das campanhas. É preciso que o próprio Estado garanta um fundo de campanha para os partidos, de forma igualitária e democrática, para que possam participar nas mesmas condições.

Extraído do Diário Causa Operária Online de domingo, 21 de setembro de 2014

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