Proibição do carnaval em Sergipe: um golpe contra a cultura popular

O Tribunal de Costas cancelou o carnaval em 53 cidades do estado

balanco3am

O Tribunal de Contas de Sergipe aproveitou denúncia dos professores do estado para proibir o carnaval em 53 municípios do estado – mais da metade da totalidade dos 73 municípios. A alegação dos professores é a de que as prefeituras estão com salários atrasados, algumas, desde outubro.

O sindicato da categoria apresentou ao Tribunal de Contas um relatório que foi utilizado para a decisão de suspender o carnaval nesses municípios. Segundo o presidente do TC, Clóvis Barbosa de Melo, o motivo da determinação seria o “princípio da razoabilidade. Como é que você vai fazer festa se você está devendo aos servidores, devendo aos professores?”.

Por trás de todo a moralidade do Juiz está mais uma demonstração de cinismo do Judiciário brasileiro. Quem conhece o poder Judiciário sabe como esses Juízes são “preocupados” com a luta dos trabalhadores, a ponto de proibir o direito de greve e tomar decisões sempre em consonância com os patrões.

O cinismo está no fato de que usaram um aparente “bom motivo” para atacar o carnaval e a cultura popular. Os municípios estão sufocados pelas diversas leis que obrigam a não gastar, como é o caso da Lei de Responsabilidade Fiscal. Essas leis, no entanto, não passam de uma maneira dos grandes capitalistas e banqueiros de impedirem que os governos gastem dinheiro com os trabalhadores e o povo. Serve para garantir que o dinheiro do povo seja desviado “legalmente” para os parasitas que vivem da exploração do povo.

Um diretor do Sindicato dos Professores de Sergipe, fazendo o jogo da direita, afirma na reportagem do jornal Nacional da Rede Globo que “a gente espera agora que o dinheiro que seria utilizado para pagar bandas seja utilizado pra pagar efetivamente os salários dos professores”.

Os juízes não querem que o dinheiro vá para as bandas e a cultura popular. Já o dinheiro dos bancos e das empreiteiras, esse pode ficar do jeito que está, mesmo que para isso seja necessário arrochar o salário dos professores.

Tudo não passa de puro cinismo do Judiciário. O verdadeiro motivo da proibição é uma tentativa de atacar o carnaval como festa popular, transformando o carnaval em uma operação privada, feita apenas para quem tem dinheiro.

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