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É através do povo nas ruas que o golpe será derrubado

Direitista chama de “torcida silenciosa” o povo que luta contra o golpe

Nacional - Juliano - 14.3.16 - Direito de ir às ruas

Em matéria publicada na Folha de S. Paulo, no sábado, antes mesmo dos atos dos golpistas, um colunista chamado Igor Gielow afirma que para o Partido dos Trabalhadores restou uma “torcida silenciosa”, prevendo que os atos de domingo seriam o ato final para a prisão de Lula.

Ele chega a essa conclusão após avaliar a reação da presidenta Dilma Rousseff, que, segundo ele, estaria acompanhando tudo sem a menor chance de se ver livre dos processos de impeachment.

O redator dá a entender que quem esteve nas ruas até o momento foi somente a direita, sem sequer mencionar as enormes manifestações que a esquerda organizou ano passado, com o objetivo de impedir o golpe.

“A questão maior para o PT é que a Lava Jato avança a passos largos, e nunca esteve tão próxima do centro do poder. Aqueles que gritam por isonomia cega fingem ignorar quem segura a caneta há 13 anos”.

Uma defesa cega da Lava-Jato, que também não tem provas. Resta os “argumentos” de que quem está contra o golpe ignora quem está no governo há 13 anos. Como se o fato de ser reeleito fosse algum tipo de crime.

A “torcida silenciosa”, que Igor Gielow fala, se manifestará nos dias 18 e 31 deste mês, em atos que estão sendo amplamente convocados. Por sorte não foi marcado para o mesmo dia 13 de março, quando seria possível colocar para correr os coxinhas.

De qualquer maneira, o texto da Folha de S. Paulo (chamado “O Fetiche das Ruas”) já é parte da campanha da imprensa burguesa contra os atos da esquerda. Além de uma tentativa de impedir que o direito de manifestação, o direito de ir às ruas seja plenamente exercido.

Promotor do caso Lula é visto em marcha pró-golpe

Isenção do MP e do judiciário é uma farsa total

Nacional - Juliano - 14.3.16 - Promotor pró-golpe

Que os promotores que pediram a prisão do ex-presidente Lula são a favor do golpe, não resta dúvidas, pelo menos para as pessoas minimamente esclarecidas.

Mas uma foto corre a internet, mostrando que um dos três promotores do caso, Fernando Henrique Araújo, esteve pelo menos em uma das manifestações da direita.

Na imagem não dá para saber qual das manifestações foi que o promotor participou, mas ele está de camisa da Seleção Brasileira e um boné, com uma faixa “fora-Dilma” escrita, amarrada na cabeça.

Não seria mera coincidência a participação do promotor em atos golpistas, já que outro promotor foi apresentado pelo jornal O Globo da seguinte maneira: “sorridente, óculos escuros espelhados e camisa da seleção brasileira de futebol. A foto jovial estampa a página em rede social do perfil do promotor público Cássio Roberto Conserino”, em matéria publicada dia 10 de março.

Inicialmente apresentados pela imprensa burguesa como três salvadores da pátria, depois da peça cheia de erros de português e históricos, os três foram apelidados de “Os três patetas”.

A denúncia é tão absurda que a “bomba” começou a ser jogada de um lado para outro. A juíza responsável pelo despacho na ação afirmou, nesta segunda, que não é uma questão estadual, mas de responsabilidade do tribunal que cuida das ações vinculadas à Lava-Jato, leia-se república de Sérgio Moro.

Por outro lado, a participação do promotor em atos golpistas revelam que o judiciário e o Ministério Público não tem absolutamente nada de neutralidade, que estaria acima das pressões sociais. Pelo contrário, eles respondem aos interesses da classe dominante, especialmente por não serem eleitos.

A denúncia apresentada pelos promotores de São Paulo deveria ser arquivada de ofício, por inépcia total, e, agora, pela suspeição dos promotores, que defendem o golpe acima de qualquer coisa, independentemente da lei.

Reunião da Frente Brasil Popular hoje, às 15h

golpe nunca mais

Na quadra dos bancários, em São Paulo

Começa a acontecer uma mobilização em todo o país para defender o ex-presidente Lula preso hoje pela Polícia Federal e lutar contra o golpe de estado.

A direita finalmente conseguiu o que queria. Prendeu o maior líder popular do país, uma referência para esquerda nacional e internacionalmente.

É preciso que toda a população se organize para participar de todas as frentes de mobilização. Está em jogo os direitos democráticos, o estado de direito e o poder do estado. É preciso lutar contra o golpe, nas ruas, por todos os meios necessários.

A Frente Brasil Popular está convocando para acontecer hoje, em São Paulo, na Quadra dos Bancários, às 15h. A Quadra dos Bancários fica na Rua Tabatinguera, próximo ao metrô Sé, São Paulo.

Perón e Héctor Cámpora, um caso para análise brasileira

O golpe contra Lula pode se virar contra os próprios golpistas

nacional - henrique - 100216 - perón e cámpora

A história tem dessas coisas. Ela é a melhor professora que podemos ter, ainda que muitos procurem desprezar seus ensinamentos. Um episódio da história argentina pode servir muito bem como reflexão para as recentes investidas da direita golpista contra o PT e Lula.

Após sete anos de uma ditadura militar que teve início no golpe de Estado de 28 junho de 1966, o regime político foi obrigado a procurar uma saída eleitoral para conter a crise diante das massas. Foram chamadas eleições em 1973, mas Juan Domingos Perón, o mais popular líder nacionalista argentino que estava na ilegalidade, foi proibido de concorrer no pleito.

Todo esforço dos militares e do imperialismo era o de manter Perón afastado. Se concorresse nas novas eleições, Perón facilmente ganharia, retornando ao poder.

Em seu lugar, Peron lançou como candidato um elemento da esquerda de seu partido, Héctor José Cámpora, que obteve uma vitória esmagadora sobre o adversário da direita, apoiado pelo regime e pelo imperialismo.

A eleição de Cámpora em 1973 fortaleceu a ala esquerda do peronismo. Cámpora promoveu a organização da juventude peronista e promoveu uma filiação massiva ao peronismo. Desse processo, de dentro do peronismo, surgiu a organização guerrilheira argentina conhecida como Montoneros. Na posse de Cámpora, em maio do mesmo ano, estiveram presentes Salvador Allende, então presidente do Chille, e Osvaldo Dorticós, presidente de Cuba. O governo Cámpora restabeleceu relações diplomáticas com o País, inclusive estabelecendo um acordo econômico para romper o bloqueio norte-americano à ilha.

A tentativa de manter Perón afastado da presidência quase causa um desastre para a burguesia argentina. A situação política no País foi jogada bruscamente para a esquerda.

A crise política se aprofundou, uma enorme mobilização tomou as ruas, presos políticos foram libertados e o governo foi obrigado a promover uma enorme mudança nas Forças Armadas.

Com o aprofundamento da crise política, a burguesia foi obrigada a voltar atrás. Cámpora renuncia em 13 de julho de 1973, novas eleições são chamadas, dessa vez com Perón concorrendo, tendo como vice sua esposa, María Estela Martínez de Perón. Perón se elege com mais de 60% dos votos.

Moral da história: a tentativa da direita de tirar Lula da jogada para poder chamar novas eleições pode resultar em um desastre para a direita pró-imperialista. O maior desejo dos golpistas é dar o golpe e travesti-lo de democrático chamando novas eleições, mas chamar novas eleições com Lula concorrendo é simplesmente devolver o governo ao PT.

Como fazer então? – perguntam os representantes do imperialismo. Cassamos Lula e impedimos de concorrer. Assim como fizeram com Perón na Argentina.

A continuação da história, mostra que a ideia dos golpistas pode não ser tão bem sucedida assim.

Prefeito em cidade de Minas Gerais foi assassinado no Carnaval

Moisés da Silva Gumiere foi eleito pelo PT e se filiou ao PCdoB no final de 2015

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O prefeito da cidade de Chiador, em Minas Gerais, próximo à divisa com o estado do Rio de Janeiro, foi assassinado na terça-feira de carnaval (9/2) enquanto assistia a uma partida de futebol em um clube. Moisés da Silva Gumiere foi eleito pelo PT e no final de 2015 se filiou ao PCdoB. Ele foi executado a tiros por dois homens em uma moto.

Esse tipo de acontecimento geralmente está relacionada com disputas políticas.

A polícia ainda não tem informações sobre os homens nem divulgou a possível motivação para o assassinato.