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“A derrocada de Lula significa o fim do PT”

Articulista do jornal O Globo define bem qual o objetivo da campanha da imprensa capitalista

 

Nos jornais, na TV e no Rádio, e até mesmo no que se produz como entretenimento existe apologia à crise política nacional. E nas últimas semanas se deu preferência ao caso Lula.

Está em todos os jornais, em várias matérias, nos artigos assinados, nos editoriais.

Em jornais como O Globo, notícias são replicadas e mais de um artigo publicado diariamente para atacar o ex-presidente petista.

Nesta última semana, entre muitos outros, chamou a atenção o texto de um articulista chamado Gustavo Muller. Em seu perfil é apresentado como: Doutor em Ciência Política pela UFRGS, ex-­consultor e professor na UFSM tem larga experiência nesse tema (seu blog fala de (análise de conjuntura política e econômica, crônicas sobre livros, música e cinema). Natural de Porto Alegre e portador de paralisia cerebral, sempre apostou na meritocracia como forma de competir e atingir objetivos”.

Sem levar em consideração o estilo do escritor, suas metáforas e comparações, ficamos apenas com uma frase que resume em si muito do que está acontecendo no país: “A derrocada de Lula significa o fim do PT”. Este é, em última instância o objetivo de toda campanha persecutória contra o petista.

Destruir o PT é o resultado ideal para a direita nesse momento. Destruindo o PT, através de Lula, com denúncias, forçando escândalos, inventando histórias, quem sai muito fragilizado é o próprio partido. Afinal esse nem é o primeiro dirigente do PT a ser achincalhado publicamente, processado ou efetivamente preso. Antes de chegar em Lula passaram por José Genuíno, João Vaccari Neto, José Dirceu, entre outros. Apesar de tudo isso, o PT continuou como o partido mais forte no país. Capaz de reeleger uma presidenta que todas as pesquisas davam como derrotada e com a popularidade na sarjeta. E isso se deu porque o partido continua sendo um partido de massas e amplamente apoiado pela classe trabalhadora.

Não há como justificar, de outra forma, tamanha dedicação em sujar a imagem, e perseguir uma pessoa. Existe toda uma operação, que pode ser vista a olhos nus, sem maior reflexão a respeito. Basta abrir os jornais, ver a TV.

A imprensa alternativa concorda com o dirigente do PT e afirma que essa é a maior campanha contra uma personagem pública no país desde Getúlio Vargas.

Por tudo isso fica evidente que o PT não tomou o estado capitalista, não se tornou “hegemônico” entre a burguesia, ou qualquer outra coisa como insinuam setores da esquerda pequeno-burguesa.

Ah… se fosse o Lula….

Imóvel em bairro nobre de São Paulo foi comprado por FHC a namorada por 950 mil reais

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Renato Rovai publicou em seu blog no ultimo dia 11/02, uma notícia envolvendo um ex-presidente.

“No dia 2 de dezembro do ano passado, a nova esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Patrícia Kundrát, 39 anos, firmou a compra de um apartamento de 150 metros de área total localizado no bairro de Higienópolis, na altura do número 700 da Avenida Angélica.

O compromisso foi oficializado no 14º Tabelião de Notas, o Cartório Vanpré, localizado em Pinheiros. E o valor da compra foi de 950 mil reais”.

Notícia banal e poderia até estar na coluna social, por se tratar de um bairro nobre da capital paulista. Mas ilustra bem o que está acontecendo nesse momento com a especulação e perseguição ao ex-presidente Lula e sua família.

No caso de Lula a notícia é que ele frequentou, bastante, com sua família, o sítio que está registrado no nome de sócios de seu filho. A denúncia é que Lula estaria ocultando patrimônio. Uma prova seria que Mariza Letícia, esposa de Lula teria comprado um barco e pedido que a entrega fosse feita no sítio, localizado em Atibaia, interior de São Paulo. Ah, para não dizer que não dizemos tudo, tem também a denúncia de que teria sido feita uma reforma no sítio paga pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.

Antes disso houve a história do triplex, um pouco mais complexa. Lula teria um triplex em Guarujá, litoral paulista. Ele e sua esposa admitiram a compra de uma cota do apartamento, mas disseram que depois teriam desistido da compra. Aí entra a Bancoop, que é investigada pelo Ministério Público de São Paulo, a OAS que adquiriu o prédio ainda em obras e é investigada na Lava Jato etc. Já dá para imaginar o emaranhado de coisas elaborado pela Justiça e pela imprensa para de qualquer maneira incriminar Lula. Mas essa não pegou muito, apesar de ser notícia até hoje, não houve muita comoção e nesse momento a historinha do sítio tem sido a mais explorada pelo monopólio da imprensa capitalista.

Voltando ao início, o que se procura mostrar é um simples contraponto do modo como a imprensa capitalista e mesmo a justiça trata um e outro ex-presidente.

Ah se fosse fosse Lula e Marina Letícia adquirindo um imóvel por 950 mil reais em Higienópolis (aquele bairro da “gente diferenciada”)!

As histórias criadas pela imprensa capitalista para tentar de todas as maneiras desfazer a imagem e liderança de Lula já ultrapassou o ridículo. E quando se compara o tratamento entre um e outro se vê como a coisa é totalmente desproporcional.

Mein Kampf banido, o debate continua…

A censura só faz fortalecer determinados poderes do regime burguês

Nacional - Juliano - 13-2-16 - Mein Kampf - o debate continua

A recente decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em cassar o livro Mein Kampf, de Adolf Hitler, tem gerado debates sobre a existência ou não do direito de cassar o livro por conta das ideias que são defendidas nele.

Uma questão parece pacífica: que o livro levanta uma série de ideias abertamente racistas e que defende o extermínio de populações inteiras, negros, judeus, etc. Ideias que se tornaram prática através do mundialmente conhecido nazismo.

O que não está claro para diversos colunistas e grupos de esquerda é se, por conta dessas ideias, o livro deve ser banido das bibliotecas e livrarias.

Esse debate, no caso do Rio de Janeiro, é meio sem sentido, já que o Poder Judiciário já tomou sua decisão e, sem consultar nenhum desses colunistas, tirou o livro de circulação no estado. Independente do que pensam alguns, o juiz já decidiu por todos, e esse é o problema que deve ser debatido.

Em primeiro lugar, existe o direito de expressão. Que, embora façam divagações sobre ele, é o simples fato de dizer o que se pensa. Publicar e divulgar essa ideia da melhor maneira. E só.

Neste direito constitucional não é possível fazer limitação. Trata-se de um direito elementar em qualquer democracia que se preze. Se o direito é limitado não é mais direito, acaba se tornando privilégio. O direito à expressão da burguesia, por exemplo, é muito mais bem utilizado do que qualquer outro direito de expressão.

A divulgação de um pensamento, por mais horripilante e irracional que seja, não deve ser limitada sob nenhum pretexto. Isso porque coloca uma questão essencial: que mente divina irá limitar tal ou qual direito de expressão, essa ou aquela ideia? Existe essa mente? Claro que não.

A censura só faz alimentar determinados poderes do regime burguês.

Agora, independente de quem é contra ou a favor do que defende Mein Kampf, o livro está banido, pelo menos no Rio de Janeiro. Tanto para conhecimento histórico, quanto para criticá-lo, o livro não pode ser consultado. Só não enxerga o fascismo dessa decisão quem não conhece minimamente a história política mundial.

Finalmente, o pano de fundo de todo o debate em torno da censura do Mein Kampf é o verdadeiro caráter do Poder Judiciário brasileiro, que nada tem a ver com um regime democrático e se disfarça dos mais bem intencionados interesses para ir derrubando, pouco a pouco, os direitos democráticos.

Mais um ataque da direita, via TCU, contra a cultura

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou na última semana ao Mininistério da Cultura que o incentivo fiscal, que determina a Lei Rouanet não poderá ser concedito a projetos lucrativos ou autossustentáveis

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Em mais uma investida da direita brasileira contra o povo, o Tribunal de Contas da União determinou a proibição de projetos culturais através da lei Rouanet para produtores que venham a ter fins lucrativos, um verdadeiro absurdo. Como, a priori, se verificaria que um projeto cultural de antemão virá a dar lucro!?

A própria lei em um dos seus programas abre a possibilidade de fundos privados utilizarem a lei para projetos culturais, como o Ficart que é um tipo de fundo privado que está regulamentado por decreto, pela CVM e aberto aos que queiram fundá-lo, contemplando atividades comerciais e industriais da cultura.

Essa determinação deixa claro como funciona a justiça brasileira, os juízes decidem o que querem baseados nas idéias das cabeças deles. Querem, através de suas próprias interpretações, transformar a cultura e um privilégio para poucos que possuam recursos. No geral é o mesmo critério que foi utilizado no último carvanaval em que foi proibida a realização da maior festa cultural do país em vários municípios com a alegação de “falta de recursos” do Estado por determinação do Tribunal de Contas.

O TCU com mais essa medida demonstra o seu caráter político direitista, é o mesmo tribunal que vem atuando como linha de frente nas articulações golpistas para derrubar o governo Dilma quando rejeitou, por unanimidade, as contas do governo no ano de 2014, as chamadas pedaladas fiscais, fato inédito desde 1937, passando inclusive por cima da lei.

Dia 13: nova manifestação da direita “coxinha”

Os “coxinhas” irão as ruas novamente no próximo dia 13 de março defender o golpe, a ditadura, a privatização e a perseguição contra o povo. É preciso mobilizar a classe trabalhadora para enfrentá-los nas ruas

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Para o próximo dia 13 de março está marcado um novo “coxinhato”, assim ficaram popularmente conhecidas as mobilizações contra o governo do PT realizadas pela direita golpista. O ato está sendo convocado pelos grupos direitistas como o “Movimento Brasil Livre”, “Vem pra Rua”, “Revoltados Online”, além de receber apoio dos partidos da direita, como o PSDB, e da imprensa.

A manifestação ocorrerá praticamente um ano após o primeiro ato a  favor do golpe realizado pela direita, dia 15 de março de 2015. Este foi o maior ato realizado pelos golpistas até hoje, contando, é claro, com a sempre fiel colaboração da imprensa burguesa que na época chegou a afirmar, absurdamente, que havia mais de um milhão de pessoas na Avenida Paulista.

De acordo com uma das principais lideranças dos “coxinhas”, Kim Kataguri, líder do Movimento Brasil Livre (MBL) esse é um dos objetivos da manifestação, comemorar o aniversário do primeiro ato.

Outro objetivo, esse mais político e mais concreto, relaciona-se com a expectativa da direita de que o processo de impeachment da presidente Dilma seja retomado no próximo mês, com o retorno dos trabalhos na Câmara dos deputados.

O “coxinhato” ocorrerá em um contexto de nova investida da direita a nível nacional e internacional. No campo nacional ocorre principalmente contra o ex-presidente Lula. Desde o início do ano a direita vem mobilizando todas as suas forças por meio da golpista operação Lava Jato na tentativa de incriminar e destruir Lula.

O ex-presidente representa uma ameaça aos interesses imperialista. Mesmo se o golpe for vitorioso, a possibilidade de nova candidatura de Lula e sua provável vitória pode por abaixo a manobra golpista.

No campo internacional, mais especificamente na América Latina, a direita, após ganhar maioria na Assembleia Nacional, intensifica sua campanha contra o presidente venezuelano Nicolas Maduro. Investe diretamente uma série de ataques contra os trabalhadores e toda a esquerda após a vitória do capacho imperialista, Maurício Macri, na Argentina.

Campanha no carnaval

Os golpistas, ao que tudo indica, estão colocando peso na convocação do novo ato. Após o verdadeiro fiasco das últimas mobilizações ocorridas no final do último ano, há uma tentativa de intensificação da campanha.

Um exemplo disso foi a propaganda feita no sambódromo do Anhembi em São Paulo durante o desfile das escolas de samba. De acordo com a página do Movimento Vem Pra Rua no facebook, foram distribuídos mais de 5 mil leques convocando para a manifestação do dia 13.

Ainda que a manifestação seja pequena, como de fato é, há sempre como recorrer as manobras rasteiras da imprensa burguesa e seus números exorbitantes. Vale lembrar que o principal apoio dos golpistas não vem da rua, não vem do povo, mas  dos milhões de reais investidos pelo imperialismo, das tomadas de câmera e fotos falsificadas divulgadas pelos meios de comunicação da burguesia.

Mais uma vez o fascismo vai às ruas

O que se verá nas ruas do Brasil no próximo dia 13, é a mesma escória fascista de sempre. Pessoas de classe média alta, que apesar de toda a demagogia em relação ao patriotismo, a camisa amarela da seleção brasileira de futebol, à bandeira nacional, na realidade odeiam de corpo e alma o Brasil, sua cultura e seu povo.

São os defensores do imperialismo norte-americano, da privatização de todas as empresas nacionais, da redução da maioridade penal, da ditadura militar, do fim das liberdades democráticas, da perseguição aos setores de esquerda, aos trabalhadores. São aqueles que têm como grandes ídolos  figuras fascitóides  e antipopulares como Jair Bolsonaro, Eduardo Cunha, Aécio Neves, entre outros. Aqueles que reverenciam a PM e suas chacinas, o estado de exceção criado por Sergio Moro.

Contra essa verdadeira escória, é necessário mobilizar os trabalhadores em cada local de trabalho e os setores de esquerda e progressistas. Seguir o exemplo da última manifestação convocada