CNBB e zika: Hierarquia da Igreja retoma campanha contra o direito ao aborto

Em meio à crise envolvendo o zika vírus e os milhares de casos de mulheres grávidas de fetos com microcefalia a hierarquia da Igreja católica retomou a campanha contra o direito ao aborto.

Enquanto os setores democráticos da sociedade saíram das tumbas e decidiram, enfim, se manifestar em defesa do direito das mulheres ao aborto, a hierarquia da Igreja, por seu lado, está dando uma série de entrevistas, publicando documentos e aproveitado a Campanha da Fraternidade, atividade anual da Igreja no Brasil no periodo da Quaresma, para retomar a propaganda contra o direito das mulheres, supostamente em defesa da vida.

Nessa suposta defesa da vida, Igreja e demais setores que atuam contra o direito ao aborto, ignoram a vida de milhares de mulheres que morrem em decorrência de procedimentos realizados em condições de risco, ilegalmente, e mesmo as condições de vida das mulheres obrigadas a manterem gestações de feto com pouquíssimas chances de vida extrauterina. Uma situação traumatizante que já foi considerada como tortura contra a gestante. Nos debates que levaram à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em favor do direito ao aborto em casos de anencefalia, a imposição da gestação de fetos com anomalia grave foram esclarecedoras. Mas, a atual crise envolvendo o zika vírus, confirmou o quanto foi limitada a decisão do STF que autorizou o aborto apenas em casos de anencefalia.

A decisão sobre a interrupção da gestação deve ser única e exclusivamente da mulher. Ninguém tem o direito obrigar a mulher a manter uma gestação indesejada, ou que, apesar de desejada impõe limites que apenas à ela cabu julgar se são suportáveis ou não.

A maternidade é uma decisão muito importante para ser imposta. É sobre a mulher que incide toda a responsabilidade com relação aos filhos. Nesse sentido, a situação se agrava. A mesma sociedade que pretende decidir sobre a maternidade, não oferece as condições mínimas para o exércicio da maternidade. Nos casos de crianças com deficiências, mesmo as mais leves, a necessidades de cuidados é ainda maior.

O aborto é um direito da mulher e mais do que nunca tem se comprovado como um problema de saúde pública, particularmente pelo Brasil se tratar de um país atrasado.

Como direito deve ser garantido à todas as mulheres, que devem exerce-lo de maneira livre, sem interferencia do Estado e da Igreja. Aquelas que não considerarem certo não façam, mas o desejo daquelas que decidirem interromper a gestação deve ser garantido e respeitado.

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