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Ao lado de Collor, Sarney, Renan Calheiros etc. etc. etc. etc., Maluf é diplomado pelo TSE e é o novo ficha limpa

O TSE, Tribunal Superior Eleitoral, diplomou ontem, sexta-feira, o ex-prefeito e ex-governador de S. Paulo, figura de destaque dos anos de terror do governo Médici, Paulo Maluf.
O ex-prefeito nomeado de S. Paulo vem, agora, a figurar na galeria dos políticos ficha limpa, isto é, o impolutos da Nação, ao lado de personalidade memoráveis da política nacional como o ex-presidente Collor de Mello, derrubado pela mobilização popular por corrupção.
O ex-prefeito, que havia sido condenado em um dos seus inúmeros processo, pela compra de frangos superfaturados, quando administrava a cidade de S. Paulo, teve a sua condenação anulada e foi diplomado pelo TSE.
Desta forma, fica ainda mais claro que a lei da ficha limpa, apoiada com tanto entusiasmo pelos defensores da ética na política, tem como objetivo central dar a corruptos notórios uma espécie de carta de indulgência moral e nada mais.
Na realidade, para combater os corruptos e a corrupção, a lei revela-se não apenas um fracasso como efetivamente uma comédia grotesca, uma piada contra toda a população do país e, particularmente, contra os ingênuos e iludidos que travam esta verdadeira luta contra moinhos de vento que é a luta por um regime político burguês honesto!
Denunciar os corruptos, expô-los ao pelourinho da opinião pública, é razoável. Mostrar, através destes exemplos ad hominem que o regime burguês é intrinsecamente corrupto e não tem salvação, é ainda mais importante. Mostrar que estes fatos indicam a necessidade do socialismo, nem falar. Mas, querer tranformar o bordel da política burguesa em um templo de pureza, é tarefa para os muito cínicos ou os muito ingênuos. Os que nisso acreditam estão definitivamente agarrados à sobrevivência do regime atual, queiram ou não queiram, saibam ou não saibam.
A função, no entanto, da lei é outra, menos quixotesca. Trata-se de um novo e poderoso instrumento para os grupos políticos mais poderosos do país manipularem a seu bel prazer as eleições. Através de uma bem armada trama judicial, pode-se invalidar os adversários mais populares e dar a vitória eleitoral e popular aos menos votados e pretensamente honestos do momento. Desta forma, a eleição escapa ainda mais ao controle popular, que seria o único sentido de uma eleição. Os quixotes da moralidade atuam diretamente em favor dos grandes esquemas de corrupção, porque a lei do regime político é uma só: quanto mais poderoso, mais corrupto, mais criminoso.
Maluf e Collor são símbolos da peça que os parlamentares burgueses, juízes e ingênuos inocentes úteis da moralidade estão pregando em todo o povo brasileiro. Nenhum satirista faria melhor para desmascarar o regime político. Aqui não há necessidade de literatura, a realidade imita a arte.
Só podemos parodiar a santa escritura: feliz daqueles que não sabem e não querem saber, porque deles é o reino dos céus! Dos céus, porque da terra nada conseguirão.

Depois de enganar eleitores, Lula, Dilma e PSDB vão privatizar aeroportos

A privatização dos aeroportos, que vem sendo discutida há muito pelos partidos burgueses e pelos empresários, começa a ser colocada em marcha pelo governo Lula com a privatização do
Aeroporto de S. Gonçalo do Amarante no Rio Grande do Norte.
Na última quarta-feira, o CND (Conselho Nacional de Desestatização) aprovou o modelo de “concessão” do areoporto que, neste momento, está sendo construído pelo Estado. Esta operação deverá ser um modelo para a concessão de boa parte dos aeroportos brasileiros para os capitalistas, ou seja, a privatização.
A Infraero, empresa estatal, é responsável pela administração de 67 aeroportos no país, havendo outros controlados por órgãos estaduais, por onde passam anualmente cerca de 80 milhões de passageiros e 1,2 milhão de toneladas de cargas aéreas. Tais números dão a idéia do presente que a privatização dos aeroportos significará para os administradores. Segundo estatísticas, as empresas de aviação na América Latina pagam cerca de 3 bilhões de dólares aos administradores dos aeroportos. No caso brasileiro, que conta com uma fatia substancial deste total, esta transferência deverá aumentar substancialmente.
É uma mina de ouro. Por este motivo, há uma pressão dos bancos e dos capitalistas nacionais e internacionais para que a máquina de fazer dinheiro seja entregue a eles, em mais um espetacular assalto contra o patrimônio público. Perto de tais roubos, a propolada criminalidade carioca é coisa de criança.
O PSDB, já no governo Serra, anunciou que vai doar 30 aeroportos estaduais para os capitalistas. Isso mostra que não estamos diante de uma política de PT ou de PSDB, mas que ambos os partidos são instrumentos servis nas mãos dos banqueiros e grandes capitalistas. Não é uma política: os grandes capitalistas mantêm o Estado nacional refém através de partidos antinacionais, subservientes e corruptos para extrair do povo brasileiro até mesmo a última gota de sangue.
Aqui temos mais uma demonstração da farsa de que foram vítimas eleitores do PT e do PSDB. Ninguém foi a público defender a privatização, mas brigaram diante do País até pelo caráter satânico do vice de Dilma Roussef e outras momices típicas do lamentável panorama eleitoral brasileiro em um grande show de distracionismo burlesco. Agora, ambos se juntam calmamente, sem briga, para fazer do Brasil e do povo brasileiro um capacho para os grandes capitalistas estrangeiros, bancos e capitalistas nacionais pisarem e limparem a sola dos sapatos.
Agora, os exaltados defensores eleitorais de ambos os partidos calam-se, revelando o papel de instrumentos utilitários que fizeram e fazem. O que têm a dizer os cabos eleitorais do PT para o povo brasileiro diante do crime monstruoso que está para ser cometido contra ele pelo seu próprio partido?
Náo vamos nem mesmo entrar no mérito das piedosas explicações de sempre de que as privatizações são “para o bem de todos e felicidade geral da nação”. De acordo com dados da Anac (Associação Nacional de Aviação Civil), somente 11 dos 67 aeroportos estatais do país geram lucro, o que leva à falta de investimento em obras necessárias. É a operação já conhecida de criar uma falência artificial para chamar os eficientíssimos capitalistas para salvar a pátria… deles. De acordo com esta fábula para crianças, os generosos banqueiros que levaram o mundo todo à falência sem diminuir um único centavo dos seus ganhos, iriam administrar bem (bem como os fundos financeiros norte-americanos?) os aeroportos, torná-los lucrativos e depois devolver o dinheiro para o povo brasileiro na forma de obras de infraestrutura. Qualquer cidadão, por mais simplório que seja sabe que tais capitalistas não existem nem nunca existiram nem em contos de fada.
É importante repetir uma e outra vez que se trata de uma operação criminosa, de entrega de uma autorização estatal para capitalistas irresponsáveis, criminosos e corruptos estabelecerem legalmente uma máquina de imprimir dinheiro. Como foram todas as privatizações. Os estados, governos e partidos que fazem estas operações criminosas em todo o mundo são corruptos e foram colocados a serviço dos grandes bancos e capitalistas por meio da corrupção estatal. Está aí uma boa oportunidade para os moralistas de plantão exercitarem a sua sanha moral. Por que matar jovens negros, de sandália de dedo nos morros do Rio de Janeiro quando nos é oferecido um espetáculo de crime de tal envergadura?
A fonte da corrupção está em que o Estado é, hoje, a única verdadeira fonte de lucros dos capitalistas. Por isso, vivemos sob esta ditadura. A pessoa que vai ser estuprada precisa primeiro ser imobilizada. Esta é a verdadeira função do Estado e da repressão como a que vimos no Rio de Janeiro.
A Copa do Mundo – desculpa universal para todo o tipo de crimes – vem uma vez mais servir de explicação para mais este crime. Até que a Copa aconteça terão roubado a própria pele do povo brasileiro e entregue aos capitalistas.
É preciso denunciar a dupla PT-PSDB, uma ótima oportunidade para a acabar com a farsa política, organizando uma ampla campanha contra a privatização multimilionária dos aeroportos. Esta é mais uma tarefa para todos os que se dizem democráticos, antiimperialsitas e defensores do trabalhadores e do povo brasileiro.
Só a força organizada do povo em luta pode detê-los. A fábula da grande arma que é a cédula eleitoral já ficou para trás.