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Argentina, 6 a 9 fevereiro, VI Congresso da TPR – um balanço

Tendo participado com um observador no sexto congresso da Tendência Piqueteira Revolucionária (TPR) da Argentina, o Partido da Causa Operária (PCO) apresenta aqui algumas considerações sobre os debates

Que vuelva cristina ya flyer

Rafael Dantas

A Tendência Piqueteira Revolucionária (TPR) da Argentina realizou seu Sexto Congresso nos últimos dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro.

Durante esse período, a organização que é produto de uma ruptura com o PO (foram expulsos em 2009-2010) discutiu a situação política argentina e uma série de reivindicações e propostas para desenvolver uma campanha contra o governo da direita pró-imperialista de Mauricio Macri.

Carta aberta: “Volte já, Cristina”

 

A primeira proposta debatida e aprovada pelo congresso nesse sentido foi a redação de uma carta aberta à ex-presidenta Cristina Kirchner, cujo título “Volte já, Cristina”, dirige à ex-governante um apelo para que volte a intervir na política (já que não se pronunciou desde que deixou a presidência, em dezembro) e faça oposição a Macri. Nos materiais de agitação dessa campanha, a TPR inclui um chamado dizendo que “é preciso ganhar as ruas com os sindicatos, a esquerda e o kirchnerismo à frente”.

Acrescentam, ainda, reivindicações como: “para derrotar Macri, rejeitar as demissões, aumento de tarifas, imposição de um limite aos aumentos salariais e os acordos com os fundos-abutres” e “no Congresso Nacional, nenhum acordo com o PRO (Proposta Republicana, o partido de Maurício Macri), votar contra os decretos golpistas, impeachment de Macri”.

O caminho para essa política já havia sido aberto pela TPR quando, no final do ano passado, diziam que:

“Cristina, que em 9 de dezembro encheu a Praça de Maio com 700 mil pessoas que cantavam contra a direita, ainda não se pronunciou contra esse pacto. Em seu discurso, nessa marcha, chamou a não desenvolver um argentinaço contra Macri e a deixá-lo governar durante os próximos quatro anos. Não se pronunciou contra o golpe nos órgãos reguladores dos meios de comunicações, dando as costas para uma grande mobilização que aconteceu na segunda-feira (14) contra esse golpe.

“Essa força social de 700 mil pessoas expressa a existência de um processo popular anti-macrista e a força social com que podemos derrotar a ascensão da direita. Existe uma crise política no interior do peronismo, com A Câmpora e as Mães da Praça de Maio marchando contra Macri, e com Scioli pactuando com a direita. Essas são as condições poliicas para lutar por uma frente única anti-Macri. Por isso, exigimos de Cristina que não traia a confiança do povo anti-macrista e anti-ajuste e rechace qualquer acordo com o PRO”.

Problemas políticos e teóricos

A decisão do Congresso da TPR revela a incompreensão de duas questões, uma que diz respeito à teoria e outra à tática de um partido operário, revolucionário e socialista.

Em primeiro lugar, está o debate sobre o caráter do nacionalismo burguês nos países atrasados.

Em segundo, a tática da frente única na luta contra o imperialismo e seus capachos em países como Argentina, Brasil, Venezuela etc.

Os erros cometidos pela TPR não comprometem a construção de um partido mas  são importantes. Revelam, antes, a imaturidade da organização e sua discussão e correção, feitas a tempo, podem permitir um desenvolvimento maior da sua capacidade de intervenção na situação política.

O nacionalismo burguês não pode encabeçar a luta contra a direita

A luta contra a direita, contra o governo Maurício Macri, tem que ser feita, logicamente, de uma maneira ampla. A mais ampla possível, ou seja, através da mobilização de massas, em primeiro lugar da classe operária argentina. Não há evidentemente nenhum outro caminho.

Essa luta só pode ser vitoriosa sob a direção da classe operária.

Isso ocorre porque a burguesia dos países atrasados, como a experiência de inúmeras revoluções demonstrou, não é capaz de levar até o fim e de maneira consequente a luta pela libertação nacional da dominação imperialista. Por ser, como o definiu Leon Trótski, uma classe oprimida e, ao mesmo tempo, opressora; por se encontrar no fogo cruzado entre a luta da classe operária (e, igualmente, por sua hostilidade a ela) e o imperialismo, a burguesia nacional argentina (da qual o kirchnerismo e o Partido Justicialista – PJ são uma expressão política) só pode avançar até certo ponto na luta contra a opressão imperialista, da qual Macri é representante.

Essa definição está exposta com toda clareza no programa do Partido da Causa Operária:

“[A burguesia das nações oprimidas] pode propiciar distintos movimentos antiimperialistas para negociar com mais força diante do opressor estrangeiro. Porém, faz causa comum com a burguesia imperialista assim que as massas exploradas iniciam um movimento independente, ou quando se arremetem contra os grandes monopólios capitalistas e latifundiários ou, ainda, quando querem a satisfação de suas reivindicações mais elementares. A burguesia dos países oprimidos não deve ser confundida com o imperialismo. Em seu interior existe toda uma graduação na escala de sua vinculação com o imperialismo. É uma classe que, dada a opressão de sua nação pelo imperialismo, foi impedida de converter-se em uma classe plenamente dirigente. Mas esta burguesia sacrifica sem vacilar a missão nacional quando os operários e os camponeses mobilizam-se por uma solução radical e completa da opressão nacional. Somente a classe operária pode dirigir consequentemente esta luta, em íntima aliança com os camponeses e explorados em geral. A partir deste fato, a luta pela emancipação nacional funde-se com o movimento de emancipação social.”

Esta caracterização tem como consequência obrigatória que a política do partido da classe operária deve, desde o primeiro momento, deixar claras as limitações do nacionalismo, o que deve ser feito não apenas na propaganda, mas na própria ação onde o partido operário deve demonstrar as massas a superioridade da sua política na luta contra o imperialismo e apontar o caminho para o socialismo.

Seja por desconhecer esses fatos fundamentais, ou por tratá-lo apenas de maneira superficial, os companheiros da TPR dirigem à representante da burguesia nacionalista um chamado a dirigir a luta. Fazem-no apoiados em uma compreensão incorreta da tática marxista da frente única ( ressalvado, claro está, que não pode haver uma frente única real entre o kirchnerismo e organização do porte da TPR). Vejamos.

Frente única e frente única antiimperialista

Para a TPR, o chamado a que Cristina Kirchner assuma a liderança da luta contra o governo de direita de Macri, é uma expressão correta da tática da chamada “frente única antiimperialista”. Seria uma aplicação prática  do que haviam elaborado anteriormente, expresso em um chamado a uma “frente única anti-Macri”. A política de frente única (neste caso, um sucedâneo) tem como base a luta do partido operário, ou seja, a sua ação entre as massas e não um acordo político. Como assinalou Marx, “para lutar por uma determinada reivindicação não é necessário nenhum acordo especial”, basta na realidade, que a luta exista. A tática da frente única, nesse sentido, visa a eliminar os bloqueios causados pelas direções oportunistas (neste caso, burguesas) à unificação das massas. O chamado aqui é feito ao kirchnerismo e não às massas para que assumam a liderança de um movimento a ser realizado.

Isso é incorreto, pois estão na realidade dando ao kirchnerismo a iniciativa e, na prática, se submetendo à sua direção.

Tal como estava, o chamado a uma frente única (anti-Macri) era apenas abstrato, isto é, carecia de conteúdo no seguinte sentido: frente única de quem? Dos partidos de esquerda (PO, PTS, IS, PCR etc.) com o Partido Justicialista. Essa possibilidade, segundo a própria TPR, está bloqueada em função da política adotada pelo Partido Obrero (PO) – que não denuncia o macrismo como um golpe de Estado – e do PTS, que se adapta aos pactos do kirchnerismo com a direita. Disso resulta o chamado confuso a que todos os lutadores se agrupem para defender a Frente de Esquerda (que, a essa altura, está dissolvida já que se trata de uma fórmula eleitoral) contra o macrismo.

Como a única base real para este chamado seria a própria classe operária, a TPR confundiu a classe com sua direção majoritária (kirchnerista).

Com que tática é possível fazer a classe operária assumir a direção da luta antiimperialista?

Que a classe operária conquiste a direção da luta contra a direita e o imperialismo é um processo complexo, ou seja, não se dá de maneira instantânea. Tudo depende de que a tática a ser utilizada aí seja correta.

A essência da tática é a delimitação das posições revolucionárias da classe operária com as da burguesia e a apresentação da política revolucionária como sendo o caminho correto para a luta avançar. Isso, logicamente, tem que ser feito de um ponto de vista prático. Não basta dizer que a política revolucionária é correta. É preciso mostrar na prática.

Nesse sentido, os companheiros da TPR cometem um erro muito grave quando chamam o nacionalismo burguês a encabeçar o movimento contra Macri.

O fato de que o kirchnerismo esteja hoje à cabeça do movimento contra a direita (de maneira difusa, desorganizada) é a maior debilidade do movimento como um todo. Estão propondo que o nacionalismo assuma a dianteira.

Nosso partido, por exemplo, não dirigiu, em nenhum momento, um chamado ao PT para que fizesse nada contra a direita, o golpe do impeachment etc. Tudo o que fizemos foi, em primeiro lugar, lançar a luta contra o golpe como sendo uma necessidade de todo o movimento de massas e uma política nossa e, segundo lugar, criticar de maneira sistemática as capitulações do PT (nem falar da esquerda pequeno-burguesa centrista) quando este se viu confrontado pela pressão da direita pró-imperialista e recuou como, por exemplo, pelo de que o PT, que detém o governo federal, deixa a Polícia Federal agir independentemente do governo, como um Estado dentro do Estado, que não denunciava o golpe, que não chamava seus militantes a se mobilizar nas ruas contra o golpe, mas se dedicava a uma política parlamentar e de bastidores.

Criticamos também a ideia de que o golpe será evitado através das eleições ou através do governo do PMDB, comumente difundida por diversas camadas do PT. Dirigimos um chamado ao ativismo do movimento operário e sindical em geral, entre os quais se incluem os  militantes do PT, a não acreditar nesse tipo de política.

O eixo de nossa intervenção foi sempre o da delimitação com o PT em coisas importantes, concretas, derivadas diretamente da necessidade da luta, e não inventadas, com um chamado claro aos militantes, o movimento operário a agirem.

Fora os ministros capitalistas do governo… capitalista de direita?

Outra palavra-de-ordem levantada pela TPR foi a de “Fora Patrícia Bullrich, Prat-Gay e Aranguren”, ou seja, respectivamente, os ministros da Segurança, da Fazenda e de Minas e Energia.

É o equivalente, dizem eles, ao “Fora Levy” levantado por um setor do PT e da esquerda brasileira.

Seria também, segundo a TPR, uma política derivada da palavra-de-ordem dos bolcheviques na Revolução Russa de 1917, “fora os ministros capitalistas do governo provisório”.

No Brasil, cabe explicar, não levantamos a palavra-de-ordem de “Fora Levy” porque é uma reivindicação que conduz à adaptação ao governo. Não falamos “Fora Levy”, e explicamos que não é uma palavra de ordem correta, pois não estamos na posição de  consertar o governo da Dilma. Não queremos chegar a um acordo com o governo do PT sobre sua composição com a burguesia e seus representantes, pois é isso exatamente que a palavra de ordem de “Fora Levy” representava, bem como a de “fora os ministros capitalistas”. Queremos impedir o golpe da direita pelo impeachment e, para isto, não é necessário reformar o governo de frente popular do PT.

A palavra-de-ordem do Lênin e dos bolcheviques, por sua vez, era uma palavra de ordem para um acordo com o governo. Queria dizer, na realidade, que os bolcheviques apoiariam – em abril-junho de 1917 – um governo dos partidos soviéticos que já estavam no governo provisário, ou seja, dos socialistas moderados, mencheviques e SRs. E por quê? Por que, sem os ministros capitalistas esse governo, como muito claramente explicou Lênin seria a “transição pacífica” para a ditadura do proletariado. Para que esta palavra de ordem pudesse ter o mesmo efeito que na Rússia, seria necessário que o PT rompesse com a burguesia em geral que é o que os bolcheviques estavam reivindicando dos socialistas pequeno-burgueses russos.

Não é, portanto, menos ainda possível fazer o mesmo com um governo de direita, ou com um governo de burguês… Além do mais, em 1917 havia uma revolução em curso, um enorme desenvolvimento político da classe operária que veio a superar as direções conciliadoras com a burguesia em pouco tempo. Nesse sentido, esta política tinha uma outra rota de desenvolvimento, a superação da frente popular pelas massas. De qualquer modo, seguia o programa da ditadura proletária.

A palavra-de-ordem da TPR, no entanto, tem outra explicação. É preciso enfraquecer e isolar Macri, dizem eles. O caminho para isso seria, portanto, o chamado à luta contra os componentes mais débeis desse governo. Pretendem fazer isso, no entanto, sem dirigir um chamado à luta direta pela derrubada do governo Macri (o equivalente a um “Fora Macri”).

Tal como foi apresentada, a política da TPR é uma transposição mal feita e uma política extremamente tímida, aquém das necessidades objetivas da situação. Uma aplicação incorreta de uma tática política cujos objetivos originais eram concretos e específicos. Tem como efeito negativo a difusão de uma noção confusa sobre a mecânica da luta política. Derrubar os ministros de Macri – se isso fosse possível, da maneira como o concebem – não é o mesmo que derrubar Macri e, nesse momento, todos os esforços conscientes dos lutadores de vanguarda da classe operária argentina devem estar voltados para por fim ao governo da direita pró-imperialista. Se o governo de Macri é um golpe de Estado em processo e um Estado de exceção, estas manobras tangenciais são um obstáculo à centralização da luta das massas contra ele.

Partido piqueteiro ou partido operário?

Em seu congresso, a TPR discutiu também a formação de um Partido Piqueteiro, cujo eixo seria a luta contra Macri e a direita.

Apresentaram sua proposta como a de construção de um partido revolucionário, em oposição ao que chamaram “partido de classe”, dizendo que sua proposta seria a de construção de um partido de combate político e de massas, e não de um partido para a propaganda “estéril”. Nesse sentido, sua proposta se traduziria na proposta de construir um “partido operário anti-macrista”. Trata-se evidentemente de uma grande confusão, até mesmo terminológica, uma vez que nenhum partido pode ser efetivamente revolucionário sem ser operário.

Opusemos a essa proposta a proposta de formação de um Partido Operário e Revolucionário, isto é, de um partido que não seja uma frente única para um objetivo político imediato, nem um movimento de luta, mas uma organização da vanguarda consciente fundada sobre um programa revolucionário e socialista, com uma compreensão marxista, científica,centrada nono trabalho de agitação e propaganda e na participação das lutas das massas.

Consideramos que aqueles que se consideram revolucionários da classe operária não devem construir outro partido que não aquele que defende a revolução socialista e a ditadura do proletariado, essa concepção é uma invenção centrista, muito difundida pelo morenismo argentino. Tampouco devem dissimular seus propósitos. É preciso chamar as coisas pelo nome e agir de acordo com o que pensam. Um partido não é uma frente única entre distintas organizações, com diferentes programas, nem uma federação de grupos. Deve ser construído de maneira centralizada na luta por um programa, por uma orientação clara para a luta das massas.

A discussão internacional, nesse sentido, ajuda a esclarecer o problema.

Internacional Operária e Revolucionária ou IV Internacional?

A TPR defende a construção de uma “Internacional Operária e Revolucionária” (IOR), que gravitaria em torno da necessidade de combater a guerra imperialista em curso na Síria e a ameaça de uma Terceira Guerra Mundial.

O eixo fundamental, portanto, seria a construção de uma internacional antiimperialista e antifascista baseada em uma determinada conjuntura. Este seria, dizem eles, o caminho para a refundação da IV Internacional. Não é.

Os companheiros não têm uma compreensão clara do que é a construção de um partido revolucionário e, nesse sentido, a questão da IV Internacional, que nada mais é que um partido, joga luz para um aspecto negligenciado pela TPR.

Nós do PCO somos a favor da IV Internacional, e consideramos que é um erro apresentar internacionais inventadas no seu lugar. A IV Internacional é um programa, não um movimento. Somos comunistas, e não anarco-sindicalistas. Queremos construir um partido, não um movimento.

A experiência de toda a etapa “democrática” das últimas décadas de várias “quartas internacionais” demonstrou que, sem um unidade programática real, ou seja, alicerçada na experiência da luta de classe nacional e internacional, que estas “internacionais” estão fadadas ao mais completo fracasso. A crise generalizada desses grupos reflete a decadência das organizações centristas, cuja conteúdo programático não lhes permitiu apoiar-se na classe operária e combater a avassaladora onde de democratismo imperialista.

Saudamos os companheiros pelos quatro dias de discussão que tiveram e esperamos que sejam capazes de superar os erros e insuficiências para que possam avançar de maneira decidida na construção de um partido operário e revolucionário.

Continuaremos este debate.

FHC: um profeta à altura dos coxinhas

FHC e o PSDB vão salvar o País do “lulopetismo”, a personificação do mal, desviando merendas das criancinhas

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O ex-presidente, agora defensor máximo da moralidade, Fernando Henrique Cardoso, publicou um artigo no jornal tucano, O Globo. FHC descarrega alguns parágrafos de cinismo, oportunismo e para falar um português mais popular, pura picaretagem.

Esse é o profeta dos coxinhas. O ex-presidente tucano – aquele responsável por entregar a economia nacional de graça para o setor privado, aquele da privataria – representa como ninguém o espírito da classe média: além de todos os atributos citados acima, faltou um, a ignorância.

E é essa ignorância um bom atributo para transformar FHC no mestre da direita coxinha. Justamente FHC, que governou o País por oito anos, envolvidos em uma centena de escândalos de corrupção, partido do governo de São Paulo, nesse momento envolvido em escândalo por nada menos que desviar verbas da merenda das criancinhas. Para adotar FHC e o PSDB como profetas, só mesmo com um problema crônico de ignorância.

FHC escreve o artigo para repetir todas as profecias e maldições contra o PT – para delírio dos coxinhas. Tudo de ruim está ali, personificado pelo PT. Mas é o PT, segundo Fernando Henrique, que comete o pecado de transformar tudo em uma “luta do bem contra o mal” travestida de “luta entre direita e esquerda”.

O tucano afirma ao mesmo tempo que o PT é a personificação do mal e o PSDB (oposição) é o bem que salvará o país do demônio do “lulopetismo” e que no entanto é o PT que comete o pecado de transformar tudo em uma guerra do “bem contra o mal”. FHC nem se constrange ao cometer esse tipo de safadeza argumentativa.

FHC é tão seguro no seu oportunismo e fata de caráter que consegue a proeza de acusar o PT de não se de esquerda. Justo ele, o cara que disse para “esquecerem tudo o que escreveu”. O sociólogo que apareceu como de esquerda e que se transformou no líder presidente que vendeu o País aos especuladores. FHC novamente não se constrange. Enquanto escrevia esse artigo, o ex-presidente nem ficou vermelho. Mesmo porque, ficar vermelho é coisa de lulopetista.

FHC e seu partido vão salvar o País da praga petista. Essa é a profecia do mestre dos coxinhas, o Brasil vai virar a terra dos coxinhas. O desvio de milhões da merenda de São Paulo é parte desse plano. O dinheiro da merenda vai para (o)as coxinhas.

Assembleia controlada pela direita decreta emergência alimentar na Venezuela

Deputados golpistas estão tentando usar efeitos da guerra econômica contra o governo para desmoralizá-lo

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No começo de janeiro, a Assembleia Nacional da Venezuela passou a ser controlada pela direita, depois da derrota eleitoral do governo nas eleições legislativas de dezembro. A vitória da direita foi produto de mais de uma década de manobras golpistas e de uma campanha permanente do conjunto da imprensa capitalista no País e fora do País.

Depois de se apoderar do Parlamento, a direita está usando a Assembleia em sua política golpista. Nesta quinta-feira, 11 de fevereiro, os deputados de direita fizeram a Assembleia decretar “emergência alimentar” na Venezuela, pedindo para o governo buscar “ajuda humanitária”.

Trata-se de uma medida para desmoralizar o governo, seguindo as tentativas de desestabilizar o País para derrubar o presidente Nicolás Maduro. Ao mesmo tempo, a própria direita sabota a economia do País para provocar escassez, com o mesmo propósito golpista de desestabilização. Para combater a escassez, Maduro fez um decreto de emergência, que tinha sido rejeitado pela Assembleia. Na quinta-feira, no entanto, a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça validou o decreto do presidente.

A serviço do imperialismo, a direita teleguiada vai continuar sua política golpista até que Maduro caia, ou até que essa direita seja derrotada. Para o imperialismo em crise, é necessário controlar diretamente o máximo de países, para repassar a conta da crise econômica. Na Argentina, o governo de Mauricio Macri está demonstrando o que a direita pretende fazer em toda a região, com uma série de medidas de “austeridade”. Esse é o sentido da tentativa de golpe que está em curso no Brasil, uma política do imperialismo em andamento em toda a região.

Coreia do Sul: capacho do Estados Unidos

Coreia do Sul fecha zona fabril que mantinha em colaboração com Coreia do Norte

File photo of North Korean leader Kim Jong-un speaking during a banquet  in Pyongyang

Governo norte coreano acusou, nesta semana, o governo sul coreano de fazer uma perigosa declaração de guerra diante da suspensão de todas as operações do complexo industrial de Kaesong. A cidade é a única zona de cooperação econômica entre as duas coreias.

O Comitê de Reunificação Pacífica da Pátria, organização norte coreana, declarou que esta medida é provocativa e que coloca fim a última linha de vida das relações norte-sul, além de uma perigosa declaração de guerra que conduz a península da Coreia a um conflito bélico.

As tensões tiveram início após a Coreia do Sul anunciar seus planos de fechamento desta zona de industrias como represália aos ensaios militares feitos pelos norte coreanos recentemente, como o teste da bomba de hidrogênio ou o lançamento do foguete de longo alcance.

Contudo, o governo de Pyongyang acusou a Coreia do Sul de estar obedecendo as ordens do Estados Unidos, caracterizando isso como um servilismo inveterado. A recente discussão era de qual punição seria dada à Coreia do Norte por ter lançado um foguete com sucesso ao espaço. Mas há tempos o conselho de segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), controlado principalmente pelo governo norte americano, já vinha adotando medidas punitivas à Coreia do Norte por estar desenvolvendo suas atividades militares.

Em resposta, a Coreia do Norte ordenou que todos os trabalhadores sul coreanos fossem expulsos do parque industrial, que é localizado no território da Coreia do Norte e que congelassem totalmente todos os bens, incluindo os equipamentos e materiais de todas as empresas que ali estão situadas.

Quando a Coreia do Norte desenvolve suas tecnologias militares, é considerada como provocativa. Já quando o imperialismo invade algum país pobre e o destrói, os conselhos de segurança internacional agem de forma passiva e não punitiva.

Neste sentido, quando um país consegue desenvolver um pouco do que é capaz de produzir um país imperialista, é ameaçado e punido, como este caso da Coreia que nem de perto chegaria a alcançar o tamanho do poder que tem, por exemplo, os próprios EUA.

Esta medida revela como atuam os governos capachos do imperialismo que fecham qualquer negócio para obedecer suas ordens.

Cerca de Israel

Em mais um capítulo da política genocida, Netanyahu propõe cercar Israel para isolar ainda mais o povo palestino

Latuff

O primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, quer impor um maior bloqueio ao povo palestino ao propor cercar Israel na sua totalidade.

O noticiário da imprensa burguesa sobre os acontecimentos em relação ao cercamento do Estado de Israel tenta passar a impressão de que o fato é para evitar que “palestinos e cidadãos dos países árabes vizinhos se infiltrassem em Israel, e ajudaria a resolver o problema dos túneis usados pelo Hamas a partir de Gaza.” (Valor Econômico 10/02/16) “Na nossa vizinhança, precisamos nos proteger contra as feras selvagens” (idem), em referência às palavras de Netanyahu.

O que há na proposta de cercamento total de Israel na verdade é a política de massacre do povo palestino, massacre esse promovido por uma das maiores máquinas de guerra do mundo, sustentada pelos maiores repasses militares pelo imperialismo.

Cercada por Israel, Egito e o mar controlado por Israel os palestinos se encontram em uma gigantesca prisão a céu aberto. O cercamento total de Israel tem o objetivo deliberado de manter a economia em Gaza funcionando ao nível mais baixo possível. São vários produtos de primeira necessidade que são proibidos de entrarem por imposição do governo de Israel, e por existir o bloqueio, existirão túneis na Faixa de Gaza, justamente para atenuar em alguma medida os efeitos do bloqueio.

Israel é um enclave imperialista no Oriente Médio, para que os norte-americanos possam controlar a região e submetê-la aos seus interesses. Impulsionados pelos Estados Unidos, com um pesado financiamento militar os sionistas tratam de impor um estado de força, excluindo a população palestina e promovendo o seu massacre. O cercamento de Israel é a continuidade da política de extermínio do povo palestino pelo o imperialismo na defesa de seus interesses econômicos na região.