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Destruição da Venezuela: Direita e ultimato

A situação venezuelana foi criada e estimulada pela direita que ataca o governo nacionalista de Nicolás Maduro

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Em matéria do dia 9 de fevereiro desse ano, o jornal O Estado de São Paulo relatou o aumento da fome, da inflação e da crise do país. O presidente Nicolás Maduro é atacado como  o propagador de todos os males do país por ter continuado a política de Hugo Chavez.

A crise na Venezuela é decorrente de uma sequência de ataques da direita que, impulsionada pelo imperialismo norte-americano, tenta entregar todas as riquezas venezuelanas aos grupos estrangeiros.

Grupos patrocinados pela direita desviaram comidas e diversos suprimentos para acirrar a crise na Venezuela. Vários grupos que representam a burguesia internacional em outros países fizeram de tudo para destruir o governo de Maduro.

A assembleia direitista que deu posse a três parlamentares impugnados, tomou decisões que eram ilegais pois contavam com os votos destes parlamentares e continuou a determinar os rumos do país de acordo com o capital estrangeiro, foi parada por medidas defensivas de Maduro, como o parlamento comunal, que dá poderes ao povo e com juízes ligados aos interesses do país.

O presidente da assembleia direitista Henry Ramos Allup deu um ultimato a Maduro: seis meses para que acabe com a crise econômica… como se todos os males do país fossem culpa de Maduro.

Todos os ataques da direita ao país, embargos, a imprensa capitalista que consegue convencer a quase todos de que a Venezuela é uma ditadura que oprime a todos e se esbanja em privilégios, aparentemente nada tem a ver com a crise.

Os números do país decadente apenas refletem a crise imperialista que faz de tudo para repassar suas dívidas para os países atrasados.

 

Estado de emergência na França: um ataque contra a classe operária

As ações do Estado Islâmico, em Paris, serviram para o governo francês impor duras condições de vida para os imigrantes e para a classe operária em geral

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Depois que o Estado Islâmico respondeu aos ataques terroristas da França em solo sírio, o governo francês reagiu com um estado de sítio. A ofensiva foi contra a própria população da França, visando, em parte, aos imigrantes e, em parte, aos trabalhadores do país.

A ação do Estado Islâmico em Paris, ocorrida em meados de novembro do ano passado, levou o presidente francês, François Hollande, a adotar uma medida de exceção, denominada “estado de emergência”, o que significa, na prática, a suspensão dos direitos constitucionais mais básicos do cidadão: prisão para interrogatório (sem justificativa legal), revistas em público (legal no Brasil, mas proibida na Europa), invasão de domicílios pela polícia, etc. O “estado de emergência” deveria durar 120 dias.

Hoje, pouco mais de 60 dias depois, os franceses já se manifestam publicamente contra isso, exigindo o fim do estado de exceção. Mais de cinco mil pessoas se reuniram em Paris, na Praça da República, para exigir o fim desse estado. A Liga de Direitos Humanos já havia pedido que se retirasse o estado de emergência, mas não foi atendida.

Esse estado de emergência só fora usado anteriormente duas vezes: durante as guerras de libertação do povo argelino (1955) e, em 2005, durante as revoltas dos imigrandos nos subúrbios de Paris. Ou seja, as duas vezes em que fora usado, o estado de emergência visava ao povo francês e tinha caráter xenófobo.

Agora não foi diferente. Não se trata de medo de ataque terrorista; trata-se de uma medida contra a população do país. E, de acordo com experiências recentes, podemos afirmar que vem por aí uma dura medida econômica de caráter neoliberal.

Tudo isso evidenciou-se em meados de janeiro. O presidente francês entregou ao povo francês uma nova medida de emergência, dessa vez de caráter econômico. O “estado de emergência econômica”, como vem sendo chamado, é um pacote de medidas que contemplam cortes orçamentários e “estímulo” ao emprego. Nem é preciso dizer que tal “estímulo” se traduz na flexibilização de leis trabalhistas (para estimular a contratação, segundo os autores das medidas). Nada mais é do que um ataque a direitos conquistados em duzentos anos de luta contra a exploração e o trabalho semi-escravo, por parte dos trabalhadores.

O governo anuncia que não haverá aumento de impostos. E o diz como se isso fosse uma maravilha. Mas, na prática, significa que não será a classe capitalista a pagar por tais estímulos, e sim a classe operária. Isso afetará sobremaneira os imigrantes que vivem, na maioria, em condições de subemprego.

Fica claro que, sempre que tais medidas de exceção são tomadas, de imediato, quem sofre é o povo em geral. Mas, a longo prazo, sofrerá o trabalhador.

 

O imperialismo diante da crise nas primárias

As eleições primárias norte-americanas começadas dia primeiro tem causado crise dentro dos dois partidos norte-americanos

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A eleição no estado do Iowa, que aconteceu na última segunda-feira, teve resultados inesperados e que estimulam a crise política no país. Na votação do Partido Democrático Hillary Clinton, candidata do mercado financeiro, saiu praticamente empatada com o senador Bernie Sanders, um candidato da esquerda do partido ligado aos sindicatos. Na votação republicana o candidato do mercado financeiro, Jeb Bush, mesmo tem recebido mais de 150 milhões de dólares recebeu menos de 3% dos votos, a votação foi liderada por Ted Cruz, senador pelo Texas e ligado ao Tea Party, organização de caráter fascista dentro do partido republicano.

O resultado eleitoral republicano mostra uma incapacidade da burguesia norte-americana de garantir o seu candidato e de impedir que a extrema-direita tome conta do cenário eleitoral. Com a falência da campanha de Bush a direção do partido e o principal setor da burguesia americana se organiza para promover Marco Rubio, 3º lugar no processo eleitoral de Iwoa, como alternativa a extrema-direita e a Donald Trump.

No processo eleitoral democrata Hillary Clinton ganha de Bernie Sanders por apenas 0,2%, Sanders disse em um discurso que o resultado era “praticamente um empate”. Politicamente é uma grande derrota de Clinton, no começo da campanha tinha uma margem de 30% sobre Sanders. Agora pesquisas mostram que ela o vence por uma margem de 2%, ou seja, um empate técnico. Ainda mais Clinton se prepara para uma derrota na eleição de hoje em New Hampshire onde pesquisas apontam uma margem de 10 pontos para Sanders, algumas fontes como o portal de noticias Common Dreams coloca a margem 16 pontos percentuais.

A possível derrota de Clinton soou um alarme na burguesia e na imprensa burguesa norte-americana. O ex-presidente Bill Clinton, então ausente na campanha da esposa, fez uma discurso onde ele critica os projetos do Sanders como o projeto de saúde universal, universidades públicas sem mensalidade. A notícia dos ataques Bill Clinton a Sanders foram amplamente divulgados pela imprensa burguesa americana que já se movimenta para aumentar a campanha pró Clinton.

A burguesia americana faz um jogo duplo, em um partido tenta impedir a vitória da esquerda e no outro luta desesperadamente contra a ascensão da extrema direita, o decorrer das eleições contribui para acelerar a crise do regime político dos EUA.

A guerra contra a privatização da companhia aérea TAP

Para trabalhadores e partidos de esquerda, a reversão parcial da privatização da TAP é insuficiente

A guerra contra a privatização da companhia aérea TAP

A luta para retroceder a privatização da TAP (chamada antigamente de Transportes Aéreos Portugueses) ganha novo contorno em Portugal depois da sua privatização em novembro de 2015.

Depois do consórcio Gateway* adquirir 61% ações da TAP, o governo português (PSD/CDS) reverteu parcialmente a privatização adquirindo 50% da companhia contra 45% da Gateway. Porém o consórcio ainda pode obter 50% das ações caso adquira os 5% que estão nas mãos dos trabalhadores. As negociações não são muita claras, justamente porque apesar do governo ter a maior parte da companhia quem irá administra-la é o consórcio Gateway.

Os maiores críticos do governo são o PCP (Partido Comunista Português), os partidos BE (Bloco de Esquerda) e Os Verdes (Partido Ecologista), eles afirmam que a reversão para 50% é insuficiente e caso, a TAP caia em mãos privadas e estrangeiras pode ser o fim da companhia, o que seria um desastre para o país e aos aos interesses dos trabalhadores e do povo português.

Já a direita, imprensa burguesa e líderes da União Europeia em Bruxelas, criticaram bastante a decisão do governo por reverter parte da privatização feita na gestão anterior.

A TAP é a mais importante companhia área de Portugal e uma das maiores da Europa. Ela também é conhecida como uma grande companhia de manutenção de aviões, controlando inclusive a brasileira “Varig Engenharia e Manutenção”, com o maior centro de manutenção de aviões da América Latina.

* Consórcio formado pelo empresário David Neeleman (dono das companhias aéreas Azul e JetBlue Airways e da WestJet) e do empresário português Humberto Pedrosa

Venezuela: assembleia de direita quer anistiar golpistas

Direita golpista quer libertar políticos que participaram de tentativas de derrubar o governo, como Leopoldo López

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Nesta quinta-feira, 4 de fevereiro, a direita venezuelana apresentou ao Congresso seu projeto de anistia para os golpistas condenados pela justiça venezuelana. Nas eleições do dia 6 de dezembro, como resultado de anos de tentativas golpistas, da sabotagem econômica e de uma campanha permanente na imprensa burguesa a direita conseguiu a maioria na Assembleia Nacional.

Durante a campanha eleitoral a direita golpista defendeu uma lei de anistia. O principal objetivo é libertar Leopoldo López, condenado a 13 anos de prisão em setembro. Em 2014 López liderou protestos violentos em Caracas, com a intenção de desestabilizar o País para derrubar o presidente Nicolás Maduro. Durante os protestos, a direita montou barricadas, chamadas “guarimbas”, em que ocorreram diversos incidentes de violência, que terminaram causando a morte de 43 pessoas. Mais mortes para a conta dam direita do “caracaço”.

Assim que a direita conseguiu eleger sua nova bancada, agora em maioria, para a Assembleia Nacional, uma organização de vítimas das “guarimbas” divulgaram uma nota rechaçando a anistia. Segundo as vítimas dos protestos violentos da direita, essa lei visa garantir a “impunidade”.

Além de Leopoldo López, a direita golpista quer libertar outros golpistas, incluindo foragidos do País acusados de enriquecimento ilícito e de traição. É o caso de Manuel Rosales, ex-prefeito de Maracibo, acusado em 2008 de enriquecimento ilícito. A direita golpista que, por meio de sua imprensa, faz uma campanha supostamente contra a corrupção em toda a América do Sul, defende seus corruptos golpistas, demonstrando mais uma vez a farsa de seu suposto combate à corrupção.

Golpe

A direita venezuelana nunca abandonou sua política golpista depois do fracasso da tentativa de derrubar Hugo Chavez em 2002. Inviável eleitoralmente em condições normais, os golpistas, a serviço do imperialismo, tentaram desestabilizar o País em diversas ocasiões. A queda do preço do petróleo, principal produto do País, deu uma oportunidade para essa direita colher os frutos de mais uma década de golpismo nas urnas.

O golpe é um golpe a serviço do imperialismo, que precisa aumentar seu controle sobre os países atrasados diante do aprofundamento da crise capitalista a partir de 2008. Esse é o sentido das campanhas golpistas em curso em toda a região.